Homicídio no IASES: Gabriel foi torturado e morto com mais de 100 perfurações pelo corpo

Adolescente tinha pedido para ser transferido de setor por causa de ameaças

Homicídio no IASES: Gabriel foi torturado e morto com mais de 100 perfurações pelo corpo

23/01/2013 – 20h12 - Atualizado em – 23/01/2013 – 20h12

 

Repercutiu no País a morte do adolescente Gabriel Tótola da Silva, de 17 anos, que era um dos atendidos na Unidade de Internação Provisória do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Estado do Espírito Santo, o IASES, de Linhares, e que morreu em uma das celas do Instituto.

Antes da consumação do assassinato, ele foi amarrado, amordaçado, torturado, e morto com 113 perfurações feitas com um instrumento odontológico, e não com uma chave de fenda, conforme divulgado para a imprensa. O instrumento foi furtado de um ambulatório da Unidade na última rebelião, no dia 6 do mês em curso.

Dias antes de ser assassinado, o menor pediu ajuda à família durante uma das visitas, e alertou que poderia morrer a qualquer momento. As ameaças recebidas pelo infrator foram confirmadas na tarde desta quarta-feira (23) ao Site de Linhares pela assessoria de comunicação do Iases.

O Instituto, contudo, de acordo com a assessoria de comunicação, providenciou a transferência de Gabriel para outro setor da Unidade. Mas a morte do menor já estava toda esquematizada e no final da noite e início da madrugada de terça-feira (22) para quarta-feira (23) o plano foi concretizado.

Na cela para onde a vítima foi transferida, estavam os adolescentes F.L.S., de 16 anos, que é do bairro Planalto, Linhares; U.S.E.S., de 17 anos, de Cariacica; e W.J.S., de 14 anos, de Barra de São Francisco e que assumiu ter desferido os golpes na região do pescoço e cabeça de Gabriel. Eles foram ouvidos no Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) e em seguida voltaram para o Iases.

O velório do menor aconteceu durante a tarde, na Capela Mortuária, ao lado da Igrejinha Velha, na Rua da Conceição, Centro da cidade. O sepultamento foi no Cemitério São José. Familiares e amigos acompanharam o momento.

Mulher queimada

Gabriel Tótola da Silva, então com 16 anos, estava no Iases após a justiça determinar a internação por causa da morte de Marinalva da Silva Alves, de 56 anos, que era moradora de rua e teve 70% do corpo queimado enquanto dormia com outras pessoas em uma quadra abandonada, no bairro Aviso. Gabriel, que segundo informações sempre estava com os andarilhos na quadra, queria dar um susto neles ao atear fogo nos colchões e papelões. O fato aconteceu na madrugada de 15 de março do ano passado. Marinalva foi levada para o Hospital Geral de Linhares (HGL) e em seguida foi transferida para o Dório Silva, na Serra, onde morreu pouco antes das 23 horas do dia seguinte.

 





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