Pandemia leva TV Gazeta a cancelar entrevistas em estúdio e propor alterar composição de debate

Globo e suas afiliadas decidiram que só farão debates no primeiro turno onde haja acordo entre os partidos para que participem apenas os quatro candidatos mais bem colocados na última pesquisa eleitoral.

Pandemia leva TV Gazeta a cancelar entrevistas em estúdio e propor alterar composição de debate
A pandemia da Covid-19 levou a TV Gazeta a cancelar as entrevistas em estúdio com candidatos e propor alterar a composição do debate no primeiro turno das eleições. A Globo anunciou mudanças na cobertura das eleições municipais.

De acordo com o comunicado da emissora, quando a cobertura das eleições foi planejada, acreditava-se que o país chegaria a outubro com taxas de contágio sob controle, o que não ocorrerá em algumas regiões.

Muitas cidades têm um grande número de candidatos. Em Vitória, por exemplo, são pelo menos 11 aptos a participar do debate por terem representação no Congresso. Para se ter uma ideia, com 11 candidatos, considerando que cada um possa ser acompanhado de apenas dois assessores, haveria 33 pessoas ligadas às campanhas no estúdio ou na sede da emissora.
Isso sem contar a equipe, formada por jornalistas, cinegrafistas, produtores, editores, profissionais da sala de controle técnico, engenheiros e comunicação.

"Não há protocolo sanitário que garanta a segurança de nossos profissionais, de candidatos e assessores”, diz parte do comunicado da Globo.

Segundo a emissora, a alternativa de fazer um debate de forma remota não é possível. Os candidatos precisam receber tratamento igual e ter as mesmas condições de participação. Um candidato pode ser prejudicado pela qualidade da sua conexão de internet. Ou ser injustamente acusado de estar com ponto eletrônico, de estar recebendo ajuda de assessores, por exemplo. A transmissão pode cair em um momento importante do debate e o candidato ser acusado de ter provocado a interrupção para fugir de um momento difícil.

Por isso, a Globo e suas afiliadas decidiram que só farão debates no primeiro turno onde haja acordo entre os partidos para que participem apenas os quatro candidatos mais bem colocados na última pesquisa eleitoral. O debate de segundo turno está mantido.

Da mesma forma, as emissoras da Globo não farão as entrevistas no estúdio com os candidatos. A característica dessas entrevistas é terem tempos iguais para todos e mesmo grau de dificuldade. São feitas em muitos dias consecutivos, com os candidatos sentados próximos dos entrevistadores e dos cinegrafistas. Os estúdios são ambientes altamente controlados, para evitar contágio de profissionais. O risco de submeter as equipes ao coronavírus por dias seguidos de contatos com candidatos em permanente exposição às ruas é muito alto.

Fora esses pontos, a Globo e suas afiliadas farão uma cobertura das eleições ainda mais extensa que em anos anteriores, com assuntos temáticos, abordando com mais intensidade aqueles de maior interesse, esmiuçará os planos dos candidatos, a viabilidade deles e como pretendem alcançá-los, os pontos polêmicos de cada candidatura, ouvindo os candidatos sobre os temas abordados, mas de forma segura. E divulgará pesquisas eleitorais como sempre faz.

"O jornalismo fará o que tem feito ao longo de toda essa pandemia: oferecer informação de qualidade, mas seguindo todos os protocolos sanitários. E precisa dar o exemplo. Não pode cobrar dos outros o que não faz para si", diz parte do comunicado da emissora.

Fonte: G1/ES.




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