“Perdi a minha avó para a Covid-19 por irresponsabilidade de terceiros”, diz neto de Dona Galdina

"Uma vez que você perde um ente querido é trágico, seja lá como for, mas é até meio contraditório e inacreditável , eu, como profissional da área cuidar de tanta gente a qual foi diagnosticado pela doença me sentir  "incapaz” ao não poder prestar cuidados diretamente para minha segunda mãe”, este é o desabafo do profissional de saúde Regisson Monteiro, que perdeu a avó, Galdina Vitória dos Santos, aos 79 anos na noite desta sexta-feira (15) para a Covid-19.

Bastante conhecida no bairro Araçá, Dona Galdina Viúva, como era chamada pelos vizinhos perdeu a batalha contra o novo coronavírus e evoluiu a óbito por volta das 21 horas de ontem após ficar vários dias internada no Hospital Geral de Linhares (HGL) e precisar ser intubada. De acordo com o neto, Dona Galdina foi contaminada pela irresponsabilidade de um familiar que a visitou com sintomas aparentes de gripe, que mais tarde confirmou-se Covid-19.

"Hoje não só eu, como neto, mas minha família e amigos estamos devastados com essa perda.  È inaceitável perder a minha avó  pela irresponsabilidade de terceiros. Deus é lindo, maravilho, tem propósito na vida de todos nós e a missão da minha avó foi concluída com sucesso. Eu e toda minha família somos gratos a toda equipe multidisciplinar do HGL responsáveis pela linha de frente da Covid-19 por todo zelo e cuidado que prestaram para a vovó Galdina. E parabenizo ao prefeito Guerino Zanon pela capacitação da equipe e infraestrutura do HGL”, desabafou, mais uma vez, Regisson. 

A família vai respeitar os protocolos previstos pelos órgãos de saúde e não realizará o velório de Dona Galdina. Uma corrente de opração será realizada em frente a casa dela, próximo à Casa do Adubo, na manhã de hoje e em seguida, por volta das 10h40min, um cortejo sairá em direção ao cemitério do Planalto para sepultamento. 

O neto descreve como era Dona Galdina: "era uma das moradoras mais antigas da rua, querida por todos por ser uma mulher guerreira, animada, alegre e pela vendas dos seus chup-chup”, disse. Dona Galdina deixa três filhos, três netos e uma bisneta de 15 anos.

"Eu como profissional da saúde vejo a pandemia como o mal do século e o momento que vivemos é muito além do que podemos imaginar. É algo que foge completamente do controle, pois esse vírus ele é incerto e infelizmente age de maneira cruel e reage de uma maneira diferente em cada pessoa”, conclui Regisson.