Navio militar que será construído em Aracruz vai gerar 6,6 mil empregos

São 600 postos de trabalho diretos e 6 mil indiretos; é a primeira vez que o Estado constrói um navio para uso militar

Navio militar que será construído em Aracruz vai gerar 6,6 mil empregos
Após a assinatura do contrato que ocorreu no dia 13 no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) receberá, até 2025, um novo navio em apoio às operações na Antártica.

O Navio de Apoio Antártico (NApAnt) terá dimensões de 93,9 metros de comprimento, 18,5 metros de largura, calado de seis metros e autonomia para 70 dias. Com propulsão diesel-elétrica, o navio terá uma tripulação de 95 pessoas, incluindo 26 pesquisadores. Com a sua construção, a previsão é de geração de 500 a 600 empregos diretos e 6 mil indiretos, além de fomentar a indústria naval brasileira e a base tecnológica nacional.

Estavam presentes no evento o Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, o Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, representantes da Marinha, da EMGEPRON e das empresas envolvidas.

O novo navio da Marinha do Brasil substituirá e desenvolverá as mesmas missões que o Navio de Apoio Oceanográfico "Ary Rongel”, mas com capacidades aprimoradas em função da experiência no PROANTAR e dos requisitos de apoio à nova Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF). "Para manter o status de membro consultivo do Tratado da Antártica é necessário que o Brasil esteja presente e realize pesquisas científicas substanciais na região, fato que o novo navio ajudará a incrementar”, afirmou o Diretor-Geral de Material da Marinha, Almirante de Esquadra José Augusto Vieira da Cunha de Menezes.

O contrato prevê a construção, em território nacional, de um navio capaz de operar no verão e outono no Continente Antártico e com capacidade de navegar tanto na formação de gelo mais recente, quanto nas placas mais antigas, que possuem maior resistência. O NApAnt será construído nas instalações do Estaleiro Jurong-Aracruz (EJA), localizado no Estado do Espírito Santo.

"Como membro signatário do Tratado Antártico, nosso País passou a ter direito a voto e participação nos fóruns de decisão sobre os destinos do continente austral, bem como assumiu compromissos internacionais em regime de cooperação internacional afetos à preservação da liberdade de exploração científica naquela região”, complementou o Almirante Cunha.

O documento foi assinado entre a Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON) e a Polar 1 Construção Naval SPE Ltda. – Sociedade de Propósito Específico constituída pelo Estaleiro Jurong Aracruz Ltda. e SembCorp Marine Specialised Shipbuilding (SMSS) PTE. LTDA. O propósito é a construção de uma embarcação com capacidade para navegar em campos de gelo. Para isso, necessita possuir casco em formato específico e reforçado, particularmente na sua proa, para abrir caminho e quebrar as placas de gelo, utilizando o próprio peso do navio e, por vezes, o turbilhonamento provocado por seus propulsores.

Para a obtenção do NApAnt, foi capitalizado pela EMGEPRON aproximadamente R$ 740 milhões. O investimento envolve a compra de equipamentos e sistemas científicos, planos de gestão do ciclo de vida e apoio logístico ao Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR). O escopo de engenharia, aquisição e construção será conduzido pelo EJA, com a transferência de conhecimento e experiência da SMSS na construção de embarcação semelhante, em Singapura.

Durante o evento de assinatura, o Diretor-Presidente da EMGEPRON, Vice-Almirante (IM) Edesio Teixeira Lima Junior, destacou que "a construção do navio incrementará a participação brasileira nos processos de decisão sobre o destino do Continente Antártico, já que o Programa Antártico passará a dispor de um navio melhor equipado”.

Entre os benefícios esperados estão a redução do tempo necessário para o reabastecimento da EACF, com a inclusão de guindastes modernos e de maior capacidade de carga e manobra ao novo navio; sistema de navegação e de controles sofisticados, que permitirão maior segurança na aproximação do navio com a praia, para desembarque de material e de pessoal; maior capacidade de apoio às atividades de pesquisa, com capacidade de lançamento de acampamentos, possibilitando, assim, a ampliação da área passível de ser visitada pelos pesquisadores, incluindo as regiões oceânicas e terrestres.

No fim do evento, o Ministro Paulo Alvim elogiou a assinatura do contrato e ressaltou a sua importância para a pesquisa científica brasileira. "Esse é o ano do bicentenário. É um ano de entregas que marcam os esforços de muitos brasileiros ao longo desse tempo. Gostaria de agradecer as parcerias que a Marinha, a Força Aérea e a ciência brasileira fazem no continente antártico. Lá é um pedaço do Brasil onde brasileiros trabalham a favor do Brasil e do planeta”.
 
Fonte: Naval




COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA