Zanon ganha força e embola disputa pela presidência da Assembleia Legislativa do ES

Faltando quatro dias para a posse dos deputados estaduais no próximo domingo (1º) e consequente escolha de quem vai presidir a Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) e suas comissões permanentes, cresce aceleradamente a campanha de Guerino Zanon pelo comando da Casa. Deputados relatam nos bastidores que o colega está minando a certeza até então apresentada por Theodorico Ferraço (DEM).

A reviravolta ocorreu por diversos fatores, inclusive porque alguns deputados viram erros nas ações de Theodorico na apresentação do apoio do governador Paulo Hartung (PMDB), que teria fechado com o demista. Integrantes do núcleo do novo mandato do governador apontaram que, por vezes, os elogios de Theodorico pareceram alfinetadas em Hartung.

"Pegou mal ele dizer que o governador vai influenciar na eleição porque tem a chave do cofre”, disse um dirigente de partido que dá sustentação ao governo do Estado.

"O presidente deveria mostrar independência nessas horas. Falar que Hartung é o papa reforça a pecha de mandão que o governador não gosta”, confidenciou outro dirigente partidário.

Entre os deputados ouvidos nenhum se manifestou favorável à candidatura de Zanon. Depois de insistir publicamente na própria candidatura, nesta segunda-feira (26), o parlamentar eleito, inclusive, manteve o telefone desligado durante a tarde desta terça-feira (27). Da mesma forma, Theodorico Ferraço não atendeu às ligações.

A candidatura de Theodorico continua com ares de oficial, mas a de Zanon vem ganhando força. Mesmo declarando voto a Theodorico, o deputado Dary Pagung (PRP), que é da base de Hartung, por exemplo, não nega que possa conversar com o peemedebista.

"Eu já declarei que estou com o (Theodorico) Ferraço, mas nada impede de conversar com o Guerino e ouvir as propostas dele”, afirma.

O único parlamentar do partido de Zanon a atender às ligações da reportagem foi Marcelo Santos (PMDB), que afirma não ter conhecimento da candidatura do colega. "Desconheço a candidatura dele (Guerino). Até então nunca conversei com nenhum outro candidato se não Theodorico. Nunca conversei com outro, então não posso votar em quem não conversei”, diz. Marcelo Santo esteve entre os deputados que encabeçaram a PEC pela reeleição de Theodorico e nas articulações do extinto bloco de apoio ao deputado Josias Da Vitória (PDT).

Também entre os articuladores da PEC, o deputado Sandro Locutor (PPS) afirma que só não declarou voto a Theodorico anteriormente porque o deputado não tinha anunciado a candidatura. "Quando ele se colocou candidato, ele ganhou nosso apoio”, garantiu. Porém, Locutor era mais um dos deputados que estavam com Da Vitória.

O deputado eleito José Carlos Nunes (PT) não declarou voto e disse que o bloco de 20 deputados favoráveis a Hartung não tem um candidato oficial, "tanto é que nenhum desses que falam que é candidato me pediu voto”, comentou. Nos bastidores, a ação de Zanon é vista como uma ameaça ao bloco.

Também da base de Hartung, o deputado eleito Rafael Favatto (PEN) sustentou que a candidatura do demista é consenso. "Até agora eu só sei de um candidato, que é o Ferraço. Até hoje que eu saiba só tem um candidato”, disfarçou.

Fonte: leiase.com.br