Secretário Municipal de Saúde de Linhares comparece em sessão da Câmara de Vereadores
Tuesday, 15 de April de 2014
Em sessão desta segunda-feira dia 14, o plenário da Câmara Municipal de Linhares esteve reunido para acompanhar a visita do atual secretário municipal de Saúde, médico Edilson Rocha. Ele dentro do prazo compareceu para questionar e justificar os pareceres da Comissão Parlamentar Temporária Especial, criada com a finalidade de apurar o real quadro por que passa a saúde no município.
No relatório apresentado pelos parlamentares
municipais, foi feito um levantamento através de visitas dos parlamentares ao
Hospital Geral de Linhares (HGL), Unidade de Saúde de Linhares, Centro
Municipal de Especialidade, USL 3 e diversos postos de saúde, localizados nos
bairros. Nestes locais, ficou evidenciado no que se refere ao atendimento da
população, deficiência na acomodação, insuficiência de recursos humanos, falta
de utensílios e de maquinários hospitalares e medicamentos.
Os vereadores teriam constatado a presença de
pacientes nos corredores do HGL, com locais improvisados, pessoas amontoadas e
outros deitados em colchonetes que foram trazidos por parentes. O Secretário de Saúde justificou apresentando
um jornal do ano passado, retratando a saúde no Brasil e especificamente um
atendimento, no chão em um hospital do Rio de Janeiro.
Os vereadores verificaram que o número de servidores,
sejam efetivos ou contratados, é insuficiente para atender a demanda
identificada, fato que se repetiu durante todas as visitas dos parlamentares. O
Secretário Dr. Edilson disse que 16 novos médicos estarão em breve trabalhando
para atender a demanda de pacientes.
Além disso, servidores reclamam da carga
horária, condições de trabalho e a falta de um plano de carreira, o que
ocasiona uma insatisfação geral para o desempenho das funções. Falta
preenchimento de cargos de chefia e que os funcionários não aceitam o encargo
devido às condições de trabalho. O Secretário não tocou no assunto.
A comissão identificou a inexistência de equipamento
de "Raio X”, o que é essencial para o atendimento de necessidades clínicas
mínimas. Identificou-se a ausência de aparelho oftalmológico há mais de cinco
anos, deixando de atender centenas de pessoas/mês. Sendo que por fim,
identificou-se a falta de estrutura adequada para o tratamento psiquiátrico,
colocando os pacientes em situação constrangedora e na frente de outras
pessoas, necessitando de adequação urgente.
Os exames de média e de alta complexidade estão
prejudicados, sendo que os de baixa complexidade não estão sendo ofertados em
número suficiente, provocando um acúmulo de pessoas e uma longa espera para a
realizados dos mesmos. Dr. Edilson limitou-se a afirmar que um equipamento de
raio x foi adquirido mas ainda não foi entregue.
Há também a falta de medicamentos (inclusive
analgésicos) e instrumentos cirúrgicos, o que acaba ocasionando o cancelamento
e adiamento de cirurgias. O Secretário de Saúde contestou dizendo que não há
falta de medicamentos, mas reconhecia que um laboratório licitado estava em
atraso para o fornecimento dos medicamentos contratatos.
Desta forma, o volume de trabalho dos médicos e o
reduzido número de medicamentos utilizados nos tratamentos impede que prestem
um melhor serviço à comunidade, o que agrava o problema, havendo inclusive o
uso de carimbos para prescrição e posologia (pacientes são atendidos com o
médico tendo a receita já prescrita e preenchida). O Secretário de Saúde
limitou-se a apresentar uma guia onde afirmou ser esta complexa no seu
entendimento.
Os vereadores constataram as péssimas condições da
estrutura física, com má conservação, falta de higiene das instalações
ofertadas aos munícipes, causando constrangimento aos parlamentares, quando de
suas visitas, quanto à salubridade do hospital. O Secretário Municipal de
Saúde, disse que as unidades são antigas e que precisam ser analisadas por
técnicos, afirmando que sobre a questão das altas temperaturas, a rede elétrica
por ser antiga não comporta equipamentos de refrigeração.
Dos
problemas identificados no USL 3
Na segunda maior unidade de saúde do município
(USL3), também foi encontrada uma situação negativa, quanto à prestação do
serviço para a população. A estrutura que se destina a realização de exames e
de consultas especializadas é considerada precária: desrespeito à lei de
acessibilidade, uma vez que a unidade não possui rampa de acesso ou elevador
para facilitar o trânsito de pessoas com deficiência, idosas e gestantes com
limitações físicas. Excessivo calor nos espaços internos e escadas com
conservação precária. Consultórios precários, havendo inclusive o improviso no
atendimento dos pacientes, utilizando-se locais não projetados para tal
finalidade. Dr. Edilson afirmou que novas unidades estão sendo construídas e
inclusive haverá em breve inauguração de uma delas.
Veículos utilizados de forma irregular
Os dados levantados pela Comissão Parlamentar
Temporária Especial quantificou que foram gastos com o setor cerca de 80
milhões de reais, sendo 60 milhões com recursos próprios, o que não pode ser
apurado pela comissão. Considerando as dificuldades de prestação de contas de
2013, o secretário informou que os recursos de 80 milhões de reais foram
referentes até o mês de agosto daquele ano. Considerando tal valor, os
vereadores observaram que não houve melhorias no atendimento à população. Não
foi possível também apurar e obter qualquer informação quanto à existência de
convênios com farmácias particulares e o total de gastos, mesmo havendo
dificuldade na distribuição ou entrega de medicamentos.
Segundo informações com fotos reprográficas
anexadas aos levantamentos, existem carros contratados pela Secretaria
Municipal de Saúde com verbas enviadas pelo Ministério da Saúde e que deveriam
estar adesivados (caracterizados) e que tais veículos estão sendo utilizados
pelos Secretário e Diretor, sendo que o veículo do secretário, na realidade,
que era adesivado, foi trocado com a Secretaria Municipal de Administração, e
consequentemente a Administração trocou aquele por um outro veículo (modelo
Corola), e estes veículos, conforme fotos, estão sendo utilizados
indevidamente. O secretário e médico Edilson Rocha limitou-se a nominar uma empresa
que foi contratada para o fornecimento dos veículos para a prefeitura de
Linhares.
Pacientes
perdendo exames
A limitação da solicitação de exames por parte
dos médicos do PSF, como por exemplo: TSH, só pode ser solicitada por
endocrinologista. T3, T4 Livre, só por endocrinologista. Por haver baixa
quantidade desses profissionais, o paciente fica sem diagnósticos ou sem
acompanhamento da doença pela dificuldade de se marcar a consulta com esse
especialista. Problema que poderia ser acompanhado por médico clínico.
Segundo o que ficou apurado, o laboratório
contratado para a realização de exames se nega em deslocar-se para o interior
quando se identifica número inferior a 10 (dez) exames. Um caso que retrata a
situação é da área de oftalmologia, onde, apesar da existência de contratação
de profissionais, encontra-se dificuldade para acesso aos exames.
Falta de gel para realização de
eletrocardiograma, pacientes recorrendo à Justiça para garantir seus direitos
na realização de consultas e afins, e pacientes perdendo exames por
dificuldades de localização desses pacientes. Neste caso específico, a AMA
agenda e devolve à unidade de saúde a data do procedimento, quanto então, tal
unidade não encontra o paciente. Que ao ver, se tornou uma total falta de
organização.
Formada pelos vereadores Antonio Carlos da Cunha
Teixeira (presidente), Estéfano Silote (relator) e demais membros: Amantino
Pereira Paiva, Pedro Joel Celestrini e José Zintenfeld Cardia, a comissão
avaliou os serviços prestados na área de saúde pública, encontrando diversas
situações bizarras, críticas e que poderia levar a qualificação de funcionários
dentro de um quadro de improbidade administrativa.
Dr.
Edilson vê outra realidade
A visita do médico e secretário do setor de saúde de
Linhares, Edilson Souza Rocha, na sessão
da Câmara de Vereadores, nesta segunda-feira dia 14, provou para os
parlamentares que fizeram os levantamentos, que a PML vive uma outra realidade
sobre saúde no município. Praticamente contestando todas as afirmações
levantadas em comissão pelos vereadores, o secretário mostrou-se limitado para
a função, desinformado sobre determinados assuntos relacionados a sua gestão.
Não foi a toa, que vários vereadores "escorregaram” na
visita do Secretário de Saúde. A maioria não questionou, não indagou e nem se
manifestou quando do encontro. Estranhamente o parlamentar Carlos da Cunha
Teixeira (presidente) da comissão parlamentar, limitou-se a assistir a sessão e
não se manifestou.
Ressalte-se que os argumentos mais enfáticos partiram
como sempre de José Cardia e Amantino Paiva. O médico vereador, inclusive
manifestou preocupação com possíveis "ameaças” que estaria sofrendo, por
exercer papel de oposição no Legislativo, contra a atual administração.
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