Mais uma baixa no primeiro escalão do prefeito Nozinho Correa (PP). Na manhã desta quarta-feira (23) o secretário municipal de Saúde, José Roberto Macedo Fontes, pediu para deixar a pasta. A saída acontece um dia após o deputado estadual e ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PMDB) cobrar explicações a Fontes sobre os contratos de terceirização dos serviços de alimentação e limpeza do Hospital Geral de Linhares (HGL) que consomem por ano dos cofres públicos, R$ 10,9 milhões.
Possível substituto
Ainda não se sabe se a saída de José Roberto Macedo Fontes é definitiva ou se ele será acomodado em outra secretaria. Nos bastidores corre a informação de quem vai assumir o lugar de Fontes é o funcionário administrativo do Hospital Geral de Linhares, Pablo Freedman, que teria sido convidado pela equipe de governo de Correa encabeçada pelo Chefe de Gabinete, Welio Pompermayer. Pablo é cunhado do atual secretário de Agricultura, Mauro Rossoni Júnior.
A Prefeitura de Linhares não confirmou a informação e nem se manifestou oficialmente sobre a saída de Fontes da pasta, a sua ida para outra secretaria e nem o nome do possível substituto, o que deverá acontecer ainda na tarde desta quarta-feira (23).
Contratos
O ex-prefeito questionou o secretário de Saúde sobre os contratos de serviços de limpeza e de alimentação prestados no HGL e que foram terceirizados em 2014. Por ano, são gastos com alimentação R$ 7,3 milhões e com limpeza, R$ 3.594.999,00. A conta final para os cofres da Prefeitura é de R$ 10.894,99.
"A pergunta é: por que os recursos que existem não são otimizados? No ano passado, por exemplo, o serviço de limpeza e alimentação foi terceirizado. A terceirização é mais cara para a administração pública. Além disso, o hospital possui 200 servidores que são pagos pelo Estado, não custam para o município”, explica Zanon.
Ele questionou os R$ 10,9 milhões gastos anualmente, e explicou que se 1/5 deste valor – cerca de R$ 1,4 milhões -, fossem empregados, por exemplo, na compra de alimentos para serem preparados no próprio HGL para servir acamados e servidores, haveria uma economia de aproximadamente R$ 5,8 milhões aos cofres públicos.
Zanon pediu todas as cópias dos contratos de terceirização de alimentação e limpeza do hospital. "Vocês poderiam economizar se esses serviços fossem feitos sem a terceirização. Gostaria de ver esses números porque só assim vou acreditar que a terceirização é uma forma de otimizar recursos”, disse o ex-prefeito ao retrucar as explicações do secretário de saúde.