Médicos formam comissão de negociação, pedem reunião com Nozinho Corrêa, e não descartam greve

O Presidente do Simes, Dr. Otto Baptista, fez severas críticas à administração municipal.

Médicos formam comissão de negociação, pedem reunião com Nozinho Corrêa, e não descartam greve
Os médicos vinculados à Prefeitura de Linhares preferiram o diálogo a deflagrarem uma greve que iria prejudicar a população da cidade. Em assembleia realizada ontem no auditório da Unimed, no bairro Colina, uma comissão de negociação foi formada para junto ao prefeito Nozinho Corrêa discutir as principais reivindicações da classe. Em todos os momentos eles faziam questão de destacar: nosso objetivo é o atendimento de qualidade à população, mas, para isso precisamos de no mínimo condições dignas de trabalho. O Diretor do Sindicato dos Médicos e presidente da Associação Médica de Linhares (Amel), Dr. Alexandre Favarato, revelou: "fomos enganados por uma propaganda muito forte na época da eleição de que a saúde teria outro panorama neste governo. Nada ainda aconteceu”.

Tanto Alexandre quanto o Presidente do Simes, Dr. Otto Baptista, também enfatizaram o assédio moral que a classe médica vem sofrendo na atual administração. De acordo com eles, o secretário de saúde, Arikerne Tonini, vem chamando os médicos individualmente para conversar como forma de intimidação. Na tarde desta quinta-feira uma reunião estaria agendada com todos os profissionais no Hospital Geral de Linhares, mas, que de acordo com Favarato, há indicativos do não comparecimento dos profissionais. "A negociação vai ser feita pelo Sindicato diretamente com o prefeito e os secretários envolvidos”, destacou. No encontro ele também fez questão de frisar que o encontro com o subsecretário da pasta, Márcio Coração, foi tido pela administração municipal como uma reunião informal, o que foi recebido com surpresa por ele.

Greve não é descartada

Favarato destacou que a reunião agendada pela Prefeitura e que teria caráter formal também não foi realizada por falta de contato. De acordo com o Diretor um telefonema foi dado a ele na noite de domingo confirmando o encontro com as presenças de Arikerne e do secretário de administração, João Nascimento, mas, que nenhum contato foi feito no decorrer do dia. "Então decidimos que esta negociação deve ser feita diretamente com o prefeito Nozinho Corrêa. O Sindicato irá acompanhar todas as etapas e caso nenhum acordo seja oficializado não descartamos deflagrar a greve”, disse.

O Diretor do Simes disse que o médico quer trabalhar, quer atender, mas, precisa ter a segurança de que equipamentos, exames complementares, materiais cirúrgicos e remédio estejam em dia com toda a rede básica de saúde da Prefeitura, o que não está acontecendo. "Nós queremos atender a população, mas, não temos condições para isso”.
 
"O médico é culpado de tudo”

Dr. Otto Baptista criticou o posicionamento do governo municipal em culpar os médicos, sobretudo os pediatras, de todas as mazelas e dificuldades que a saúde em Linhares vem enfrentando. De acordo com ele, o atendimento médico necessita de toda uma estrutura para funcionar, e que até medicamentos básicos faltam nas unidades de saúde. "Nos colocaram como bandidos nesta história. Como os preguiçosos, mas não se tem a mínima condição de trabalho. Infelizmente o gestor desta cidade não está priorizando a saúde. Falta vontade política”, disparou Baptista. E continua: "ou o prefeito não entende nada de saúde, ou está mal assessorado. Já se passaram um ano e sete meses de governo e nada do que ele prometeu foi cumprido”.

As reivindicações

Segundo Alexandre as principais reivindicações dos médicos são a equiparação salarial, insegurança e falta de infraestrutura para trabalhar, constantes casos de assédio moral que ocorrem em diversos setores, e a realização de concurso público para fortalecer a rede municipal. O Diretor revelou que o atual secretário de saúde, Arikerne Tonini, assim que assumiu a pasta iniciou uma série de exigências aos médicos, mas, não ofereceu nenhuma contrapartida, como pelo menos, melhores condições de trabalho aos médicos. "Nosso maior objetivo é garantir o atendimento de qualidade à população. Mas para isso precisamos ter condições mínimas para atuar, o que não está acontecendo”, disse Favarato, que fez questão de lembrar a equiparação salarial prometida pelo prefeito de Linhares, Nozinho Corrêa, ainda em campanha, e que até hoje não foi discutida com a classe.
 
A Prefeitura de Linhares
 
Nós entramos em contato com a Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Linhares para saber o posicionamento da administração municipal diante do que foi discutido na assembleia, mas, até o fechamento desta matéria não tivemos retorno.





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