Médicos da Prefeitura de Linhares poderão deflagrar greve na próxima quarta (23), confirma Sindicato

Uma assembleia com os médicos da Prefeitura de Linhares está agendada para o próximo dia 23 de julho, às 18 horas, no auditório da Unimed, no bairro Colina. Dependendo do resultado, os profissionais poderão deflagrar uma greve por tempo indeterminado em todas as unidades de saúde do município.  O atendimento será interrompido, inclusive, no Hospital Geral de Linhares, no bairro Araçá. As informações são do Diretor do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes), Dr. Alexandre Cruz Favarato, que é também o Presidente da Amel – Associação Médica de Linhares. De acordo com ele, apenas os 30% dos serviços essenciais serão mantidos à população em conformidade com a Lei. Atualmente 220 médicos possuem vínculo com a Prefeitura.

Segundo Alexandre as principais reivindicações dos médicos são a equiparação salarial, insegurança e falta de infraestrutura para trabalhar, constantes casos de assédio moral que ocorrem em diversos setores, e a realização de concurso público para fortalecer a rede municipal. O Diretor revelou que o atual secretário de saúde, Arikerne Tonini, assim que assumiu a pasta iniciou uma série de exigências aos médicos, mas, não ofereceu nenhuma contrapartida, como pelo menos, melhores condições de trabalho aos médicos. "Nosso maior objetivo é garantir o atendimento de qualidade à população. Mas para isso precisamos ter condições mínimas para atuar, o que não está acontecendo”, disse Favarato, que fez questão de lembrar a equiparação salarial prometida pelo prefeito de Linhares, Nozinho Corrêa, ainda em campanha, e que até hoje não foi discutida com a classe.

O Presidente do Simes, Dr. Otto Baptista, conversou com a nossa reportagem e disse que estará presente na assembleia na próxima quarta-feira. No encontro ele garantiu que o Sindicato irá mostrar um "raio x” da saúde em Linhares aos médicos da municipalidade.

Alexandre Favaratto disse que na tarde de quinta-feira (17) reuniu-se com o subsecretário de saúde da Prefeitura e Diretor interino do HGL, Márcio Coração, e relatou a série de reivindicações dos médicos  e que serão levadas em plenário na assembleia na próxima quarta (23). De acordo com ele, Márcio Coração ouviu todas as colocações e ficou de levá-las ao conhecimento do secretário Arikerne Tonini e da assessoria do prefeito Nozinho Corrêa. De acordo com Favarato, Márcio Coração não deu nenhum prazo de retorno às reivindicações. 

 

"Os médicos sempre estarão abertos ao diálogo independente de quem esteja no poder. Mas, caso não haja nenhum entendimento nós iremos deflagrar a greve já a partir da próxima quarta-feira, dia 23, assim que terminar a assembleia”, reforçou. Ele também fez questão de frisar a escassez de medicamentos nas unidades de saúde e de acesso da população a exames, situações também levadas ao conhecimento do subsecretário. 

Na apresentação do novo secretário de Saúde, Arikerne Tonini, à imprensa, o prefeito de Linhares, Nozinho Corrêa repetiu por diversas vezes que o enfermeiro, que é de Vitória, teria sido enviado pelo governador Renato Casagrande para resolver de uma vez por todas as deficiências do setor. Corrêa pediu, inclusive, que Arikerne transferisse seu gabinete para as dependências do HGL para acompanhar de perto as problemáticas do hospital. 

 

Na coletiva, Tonini disse que os médicos de Linhares são bem remunerados com salário que ultrapassam R$ 9 mil, e que o município não sofre com a falta de médicos. Na visão dele um erro na escala dos profissionais travavam o atendimento, principalmente, no Pronto Socorro do Hospital Geral, e que a mesma já havia sido reformulada para garantir o atendimento a população. "O Hospital Geral de Linhares terá médicos de segunda a segunda”, garantiu.

A Prefeitura de Linhares desmentiu qualquer encontro entre o Diretor do Simes, Dr. Alexandre Favarato, e o subsecretário de Saúde, Márcio Coração, na tarde de ontem (17). Por meio de Nota a Assessoria de Imprensa da administração "Respeito a Todos” disse: "a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informa que não houve nenhuma agenda oficial sobre uma possível paralisação das atividades médicas, nem mesmo apresentação de reivindicações da categoria. A Semus informa ainda, que o secretário de Saúde, Arykerne Tonini, se mantém aberto ao diálogo com todos os profissionais da pasta”.