Marina Silva anuncia apoio a Aécio Neves no segundo turno. Dilma não acredita em transmissão de voto

A decisão foi comunicada após o candidato Aécio Neves apresentar o documento "Juntos pela Democracia, pela Inclusão Social e pelo Desenvolvimento Sustentável", neste sábado, em Recife

Marina Silva anuncia apoio a Aécio Neves no segundo turno. Dilma não acredita em transmissão de voto

Derrotada no primeiro turno das eleições presidenciais, Marina Silva (PSB) anunciou neste domingo (12) apoio ao candidato do PSDB, Aécio Neves. Segundo Marina, a posição foi decida após o tucano assinar uma carta se comprometendo com uma série de pontos considerados vitais pela sua coligação. "Entendo esse documento como uma carta compromisso com os brasileiros, com a nação. Rejeito qualquer interpretação que seja dirigida a mim em busca de apoio”, disse sobre o documento que foi entregue por Aécio no sábado (11), no Recife.

Entre os pontos acordados está o compromisso com a reforma agrária, o fim da reeleição e a elaboração de um projeto de lei que transforme o Bolsa Família em política de Estado. "Compromissos avançados com a educação, assumindo a educação em tempo integral, que Eduardo Campos tanto se esforçava para mostrar que fez a diferença na qualidade do ensino em Pernambuco”, acrescentou, durante o pronunciamento sobre os termos do documento.

Também faz parte do compromisso assinado pelo tucano uma série de pautas sócioambientais, como o fim do desmatamento e a manutenção da prerrogativa do Executivo na demarcação de terras indígenas. "Inédita determinação de preparar o país para as mudanças climáticas e fazer a transição para uma economia de baixo carbono, assumindo protagonismo global nessa área”, elogiou a ex-ministra do Meio Ambiente.

Marina ressaltou que sua decisão foi tomada após todos os partidos de sua base de apoio manifestarem as posições, em sua maioria, favoráveis a Aécio Neves. "A minha posição neste momento tem um lastro daqueles que me empoderaram para liderar a campanha política no primeiro turno. E respaldada por esse lastro, após conversar com muitas pessoas, refleti sobre o momento importante que o nosso país está vivendo”.

Sobre a campanha, a ex-senadora voltou a reclamar do tom das críticas recebidas no primeiro turno. "Não podemos mais continuar apostando no ódio, na calúnia, na desconstrução de pessoas e propostas apenas pela disputa de poder que divide o Brasil”, destacou.

Em sua página internet, Marina afirmou: "Prefiro ser criticada lutando por aquilo que acredito ser o melhor para o Brasil do que me tornar prisioneira do labirinto da defesa do meu interesse próprio, onde todos os caminhos e portas que percorresse e passasse só me levariam ao abismo de meus interesses pessoais", escreveu.

Dilma não acredita em transmissão de votos

A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) disse neste domingo (12) que "não acredita em transmissão de votos". Segundo ela, "o voto é de cada brasileiro". Mais cedo, a candidata derrotada pelo PSB, Marina Silva, declarou seu apoio a Aécio Neves (PSDB) no segundo turno da eleição presidencial.

Perguntada se a articulação da campanha não teria falhado ao não ter conseguido o apoio da ex-senadora, Dilma disse que não. "Muitas pessoas de outros partidos vieram para a nossa campanha. Quem está do lado do nosso adversário é porque respeita outro projeto que não é o nosso", disse. A presidente reiterou que é contrária à independência do Banco Central e redução do papel dos bancos públicos no financiamento do crescimento econômico."Eu não incorporo algumas coisas no meu programa nem que a vaca tussa", disse a candidata à reeleição, que falou durante entrevista coletiva em uma unidade do Centro Educacional Unificado (CEU) na zona leste de São Paulo.

Dilma afirmou ser "compreensível" Marina ter declarado apoio ao seu adversário "porque, no que se refere à economia, os programas de governo dos dois são bastante próximos". A presidente também criticou a gestão de Aécio Neves no governo de Minas Gerais, especialmente no combate à mortalidade infantil. De acordo com ela, enquanto o governo federal reduziu em 33% as mortes infantis, Minas Gerais reduziu em apenas 19%. "Estados do Nordeste como Bahia e Pernambuco reduziram mais. No Sudeste, São Paulo e Rio reduziram mais a mortalidade infantil do que Minas Gerais", disse Dilma.

Petrobras

A petista voltou a falar sobre as denúncias de corrupção que estão sendo feitas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo ex-doleiro Alberto Youssef no programa de delação premiada. "Eu sou a favor da publicação ampla. Não de partes do processo", voltou a criticar. Dilma questionou o porquê de haver sigilo e justiça para parte do processo e para outra não. "Eu só digo que acho isso muito estranho", afirmou.

A candidata voltou a defender que é favorável a que se puna qualquer pessoa que se envolva com práticas de corrupção, mesmo que seja do PT. "Sou a favor que se investigue e publique. Mas que haja punição. Porque não adianta investigar, publicar e não haver punição. Sem punição não acabaremos com a corrupção em nosso País", disse.







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