Em solo linharense, Aécio Neves mira em Dilma e não poupa críticas a Marina

Ele anunciou o início de uma “terceira onda” nos próximos 20 dias para forçar um segundo turno.

Em solo linharense, Aécio Neves mira em Dilma e não poupa críticas a Marina
Ao visitar Vitória e Vila Velha, na primeira semana de campanha, o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, provou rabada e emendou uma moqueca no almoço. Desta vez, em passagem por Linhares – sua segunda visita ao Estado nesta campanha –, o cardápio foi mais leve: caldo de cana e o tradicional arroz, feijão, ovo e carne. 

Mas, o mesmo não se pode dizer do repertório de críticas que o tucano disparou contra as principais adversárias, a presidente Dilma Rousseff (PT) e, sobretudo, a ex-senadora Marina Silva (PSB). Foi a socialista a responsável por tê-lo deslocado ao terceiro lugar nas pesquisas. Mas se depender de Aécio nos próximos 20 dias terá início o que ele chamou de "terceira onda”, que na sua visão seria a "onda da razão”, em contraponto à incapacidade que Aécio atribui a Dilma e ao risco de improviso que ele vê em Marina.

O candidato intensificou a estratégia de explorar as contradições de Marina, comparou-a com a Dilma de 2010, disse que Marina é "o PT de roupa nova” e que "o brasileiro não vai escalar um time amador, quando tem ao alcance uma Seleção Brasileira”. "Para tirar o PT do governo, é preciso colocar algo melhor no lugar, e não um PT renovado, de roupa nova”, disse ele. 

As declarações foram dadas em entrevista coletiva concedida em frente ao Supermercado Grassi, na Avenida Augusto Calmon.

Recessão

Fazendo um alerta para a recessão que se vislumbra no ano que vem, Aécio afirmou que o país não vai enfrentar o problema "com mais do mesmo”. "A candidata Marina não tem as condições adequadas para permitir que o Brasil enfrente e supere a crise que nos espera a partir do ano que vem.”

O senador mineiro ainda aprofundou a estratégia de fazer comparações entre Marina e Dilma (para aproximá-las) e também da Marina de hoje com a Marina do passado (para sublinhar supostas contradições). "Cada vez vejo mais semelhanças entre a Marina de hoje e a Dilma de quatro anos atrás, que propunha um mundo e não sabia viabilizá-lo.”

O presidenciável repetiu pelo menos quatro vezes que representa a "mudança segura” e a "oposição viável e responsável” para fazer frente ao PT. Ele frisou, ainda, que continua defendendo que o Brasil não é para amadores e não comporta mais o improviso. "Perdemos muito tempo com o aprendizado da presidente Dilma no governo. Um outro aprendizado não fará bem ao Brasil”, disse, novamente igualando as duas oponentes.
 
Frases

Ambiguidades
"Não sei até agora quais são as propostas de Marina que valem para a economia. São as posições de hoje ou as de alguns anos atrás, quando ela, no PT, combatia o Plano Real? Vale seu aceno para o agronegócio agora ou a sua posição quando quis proibir os transgênicos no país? Vale a Marina que defende a meritocracia ou a que apoiava o corporativismo?”

Risco de improviso
"Tendo uma Seleção Brasileira ao seu alcance, o brasileiro não vai se contentar em jogar com um time improvisado, de segunda divisão, onde o goleiro de hoje é o atacante de amanhã. Nós temos time e propostas.”

Semelhanças
"Há quatro anos, Dilma dizia que iria controlar a inflação e melhorar indicadores sociais, exatamente o que propõe Marina hoje. Mas com quem? Com esse mesmo PT, onde está a origem das duas? Não acredito nisso.”

Incerteza
"Não acredito que os brasileiros queiram deixar um ciclo perverso que fracassou em todas as áreas para iniciar um outro que ninguém sabe qual é, com Marina.”

Mudança
"Somos a única alternativa de mudança verdadeira, responsável e qualificada, com quadros como o governador Paulo Hartung.”





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