"Vim porque Deus me enviou para o Espírito Santo. Me casei em Linhares", diz George em CPI

"Eu sinto até hoje a dor, eu choro todos os dias pela morte dos meus filhos", disse o suspeito durante o depoimento.

"Vim porque Deus me enviou para o Espírito Santo. Me casei em Linhares", diz George em CPI
George Alves, de 36 anos, apontado pela Polícia Civil como responsável por abusar sexualmente, agredir e atear fogo no filho e enteado ainda vivos, prestou depoimento no início da tarde desta sexta-feira (25), na CPI dos Maus Tratos, em Vitória. "Eu sinto até hoje a dor, eu choro todos os dias pela morte dos meus filhos", disse George Alves durante o depoimento. "Eu não fiz isso, não matei os meus filhos", prosseguiu George.

Ele também afirmou que foi abusado quando criança. "Fui abusado, mas não carrego esse trauma comigo. É mentira que foi encontrado meu esperma nas crianças. Eu não fiz isso, não matei meus filhos. Sou inocente", disse.  Pai de Kauã revela que desconfiou de George Alves após prisão.

Veja abaixo os pontos mais importantes da oitiva de George Alves
Vinda ao Espírito Santo
Questionado por Magno Malta sobre o motivo de ter se mudado de São Paulo para o Espírito Santo, George Alves atribuiu a vinda a uma questão divina. "Vim porque Deus me enviou para o Espírito Santo. Me casei em Linhares", disse.

Trabalho
George trabalhava como caleireiro em um estabelecimento próprio em São Paulo. Na CPI ele comentou que fechou o salão para vir ao Espírito Santo. "Fechei o salão e vim trabalhar como cabeleireiro em Linhares. Abri um salão e trabalhei nele por três meses", afirmou.

"Encontro com Deus"
O pastor revelou que abriu a igreja após ter recebido um chamado de Deus. "Tive um encontro com Deus, recebi o meu chamado e resolvi exercer o ministério de cuidar de pessoas. A igreja foi estabelecida há três anos".

Arrependimento e choro
George Alves se manteve firme na afirmação de que não cometeu crime algum. Ele revelou arrependimento na forma como reagiu após as mortes de Joaquim e Kauã. "Eu me arrependo de não ter mantido o que realmente estava sentindo e ainda sinto pela perda dos meus filhos. Me arrependo de não ter passado isso. Eu deveria ter ficado quieto e tranquilo. Eu sinto a dor da perda até hoje e choro todos os dias pelas mortes dos meus filhos", comentou.

Abuso na infância
Em determinado momento da oitiva, Magno Malta questionou se George teria sofrido abuso sexual durante a infância. "Fui abusado enquanto criança. Não carrego esse trauma comigo", respondeu.

Inocência
O pastor insistiu na afirmação de que não cometeu crime algum. "Eu não fiz isso. Não matei meus filhos. Sou inocente. Eu não fiz nada. Não surtei e não estou mentindo. Não bati, não matei e não estuprei. Eu jamais abusaria dos meus filhos ou de qualquer outra pessoa. Eu não abusei dos meus filhos", alega.

Momento do incêndio
"Eu saí gritando e alguém chamou o Corpo de Bombeiros para me ajudar. Me disseram que meus filhos morreram abraçados, mas eu não tenho certeza. Não vi. Eu estava desesperado. Não imagino o porquê de eles terem se abraçado", disse George.

Questionamentos não respondidos
George Alves preferiu o silêncio ao ter que responder sobre ter sido encontrado sangue das crianças durante perícia na casa e também não comentou sobre ser ou não difícil encontrar duas crianças dentro do quarto.

CPI dos Maus Tratos
O primeiro depoimento do dia na CPI dos Maus Tratos foi do ex-servidor da Prefeitura de Vitória, Diniz Horácio da Silva, preso em flagrante por abusar de uma menina de 12 anos. Ele disse que conheceu a vítima há pouco tempo e ela teria se apresentado como maior de idade. "Eu conheci [a vítima] há pouco tempo e acredito que foi uma armação política, por eu ser candidato a vereador". 

Ademir Lucio Ferreira, acusado de sequestrar, estuprar e matar a menina Thayná Andressa de Jesus, também foi ouvido na CPI. Durante o depoimento, ele confessou pela primeira vez que estuprou uma menina de 11 anos. O caso foi três dias antes da morte de Thayná.
 
Fonte: Folha Vitória





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