Pacientes continuam sem cirurgias no HGL e famílias registram portas quebradas e ralo entupido

Desde o mês passado as cirurgias ortopédicas foram suspensas na unidade hospitalar; familiares ainda denunciam falta de infraestrutura.

Pacientes continuam sem cirurgias no HGL e famílias registram portas quebradas e ralo entupido
Pacientes internados no Hospital Geral de Linhares (HGL), no Norte do Estado, continuam aguardando semanas por cirurgias ortopédicas. No mês passado, médicos ortopedistas que trabalham no hospital denunciaram a situação do HGL ao Ministério Público do Estado. Na época, eles afirmaram que faltavam materiais básicos para a realização de cirurgias e que alguns pacientes esperavam até 40 dias para serem transferidos.

Hélio Rodrigues dos Santos sofreu um acidente de moto há um mês. Ele está com a perna e o braço quebrados e até hoje não foi submetido a uma cirurgia. "Falam que vai tirar e nunca que tira. Ele está com ferro na perna, está doendo mais o braço, na tala, o braço dele está torto”, afirma Sandro Souza, padrasto do paciente. Maria Aparecida Maio, desempregada, também está com o sobrinho internado no HGL. Anderson sofreu um acidente de carro no mês passado. "Ele precisa fazer cirurgia e está demorando demais. Todo dia a gente pergunta ao médico, à enfermeira que dia vai ser a cirurgia e eles não têm previsão".

Falta de estrutura

Parentes dos pacientes também reclamam da falta de estrutura no atendimento. Portas estão quebradas e o ralo do banheiro, entupido. Em um banheiro, o chuveiro não existe mais. "O quarto está a maior imundície, nem forro está tendo para forrar as camas. Tudo sujo. O banheiro está naquele estado, uma pessoa que entrar dá vontade de vomitar", disse o agricultor Sandro Souza.
 
A desempregada Maria Aparecida maio também reclama. "O banheiro está crítico. Falta papel toalha, papel higiênico, a limpeza está faltando bastante, não estão mandando produto ideal para limpar, para higiene".

Prefeitura

A Prefeitura de Linhares informou que, em 2015, recebeu do governo federal aproximadamente R$ 26,4 milhões, mas os gastos com o HGL chegaram a quase R$ 43 milhões. Por isso, foi necessário encaminhar alguns pacientes à regulação do governo do Estado para manter o atendimento de urgência e emergência.

Segundo a prefeitura, as cirurgias de alta complexidade sempre foram realizadas no Hospital Rio Doce por meio de um convênio com o município. O centro cirúrgico do HGL continua recebendo pacientes internados de acordo com o quadro clínico apresentado na unidade e a prefeitura garantiu que nenhum paciente ficará sem atendimento.

Informou ainda que cirurgias ortopédicas e de outras especialidades de urgência e emergência são transferidas o mais rápido possível ao Hospital Rio Doce. Já as cirurgias eletivas (aquelas que não se enquadram em urgência ou emergência), tanto ortopédicas quanto de outros tipos, são cadastradas no Sistema de Regulação da Secretaria de Estado da Saúde. Nesses casos o paciente aguarda retorno da Secretaria de Estado sobre sua cirurgia.

O ofício de solicitação dos reparos do setor onde as fotos foram tiradas chegou nesta terça-feira (19) à direção do hospital. Ainda hoje será realizada uma reunião para entender por que a notificação demorou a chegar e como o processo interno pode ser agilizado. Fonte: Gazeta Online.





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