Morto ao dar carona foi assassinado por causa da venda de moto; suspeitos foram presos

Mandante do crime negociou moto com a vítima, no valor de R$ 19.500, mas entregou outra motocicleta de valor inferior. Para não devolver o dinheiro, acusado resolveu matar João Frohlich

Morto ao dar carona foi assassinado por causa da venda de moto; suspeitos foram presos
A venda de uma moto foi a causa da morte do chefe de manutenção João Frohlich, de 51 anos, que perdeu a vida ao dar carona ao próprio assassino no dia 5 de julho, na BR 101, na altura do bairro Belvedere, Serra. Em coletiva realizada nesta quarta-feira (13), a polícia explicou os detalhes do crime. Tudo começou quando o mandante do assassinato, o vendedor Magno Nunes, 35 anos, negociou uma moto Honda Hornet 600 com a vítima. De acordo com a polícia, Magno pediu uma entrada de R$ 19.500,00, que foram depositados na conta dele por João. Mas o vendedor entregou outra moto ao cliente, uma CB 300, e disse que não teria como entregar a vendida, porque o negócio tinha dado errado. A moto entregue era de preço inferior, inclusive ao valor da entrada.

Como o combinado não foi cumprido, João disse que não ia querer o veículo e pediu o dinheiro de volta. Ainda segundo informações da polícia, Magno estava enrolando João. Essa negociação começou em junho de 2017. Os dois foram conversando até que virou uma discussão e eles não resolviam a questão. Com o impasse, Magno resolveu matar João.

Procurando alguém para cometer o crime, o vendedor procurou Marcos Santos Teixeira, de 25 anos, que mora em São Mateus. Marcos se ofereceu para executar João. Ele falou que estava precisando de dinheiro. Magno ofereceu R$ 6 mil, sendo que R$ 4 mil foram pagos logo após execução e os outros R$ 2 mil, 15 dias depois.

A Carona

Ao saber que João viria para Vitória, Magno encontrou uma maneira de convencê-lo a dar carona para Marcos. O vendedor buscou o assassino em São Mateus e o deixou no viaduto, em Linhares, onde ele pegaria a carona, e foi seguindo o carro deles. Mas quando Marcos entrou dentro do carro, ele não contava com a presença de uma mulher, que era uma outra pessoa que João estava dando carona. Ela tinha pedido para viajar com ele às 23h do dia anterior.

Durante a viagem, os criminosos foram trocando mensagens pelo celular. De acordo com a polícia, Magno queria que Marcos também matasse a mulher, porque ela seria uma testemunha. Antes de chegar ao posto da Policia Rodoviária Federal, Marcos anunciou o assalto, sacou a pistola, rendeu João e o mandou entrar em uma estrada de chão. Em seguida, falou para a mulher e o João saírem do carro.

Em depoimento, Marcos contou à polícia que João pediu pelo amor de Deus para não morrer. Nesse momento, ele atirou três vezes nas costas dele. João já caiu, praticamente morto. A mulher tomou um tiro de raspão na perna. Marcos roubou o celular dos dois e a bolsa da mulher.
Marcos voltou andando para a rodovia. Em seguida, Magno deu carona para ele de volta para São Mateus.

As prisões

A Polícia Civil, com o trabalho do Núcleo de Inteligência da Delegacia de Crimes Contra a Vida da Serra, conseguiu na investigação identificar Magno primeiro, que foi preso no dia 27 de setembro em Linhares. Como o executor ainda não tinha sido identificado, a polícia não divulgou a prisão. Após Marcos ser identificado, a polícia fez um trabalho de inteligência e descobriu que ele iria nesta terça-feira (12) ao DPJ de São Mateus responder por uma ocorrência envolvendo uma moto adulterada que ele estava pilotando.

Os policiais foram até o local, já com mandado de prisão, e efetuaram a prisão dele. Marcos confessou tudo. Disse que recebeu esse dinheiro e que foi o Magno quem pagou. Em contrapartida, Magno nega envolvimento no crime. Mas a polícia não tem a menor dúvida que Magno foi o mandante.
Os dois foram encaminhados para o Centro de Triagem de Viana e indiciados por homicídio qualificado. 

Com informações de Victor Muniz do Gazeta Online.





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