Lembra do policial que denunciou racismo em supermercado ? Inquérito da PC diz que ele mentiu.

Este ano, em fevereiro, o cabo PM Edson Rosa, 45, da (PMES) denunciou contra o Supermercado OK, na Reta da Penha, em Vitória-ES ter sofrido atos racistas. O inquérito sobre o caso realizado pela Polícia Civil chegou à conclusão que o denunciante mentiu em seus relatos. A PC indiciou o cabo por denunciação caluniosa e o caso já foi encaminhado à Justiça. Se for condenado, ele pode pegar de dois a oito anos de prisão.

Segundo o inquérito, a única solicitação feita pelo funcionário do hipermercado ao cabo da PM foi que ele apresentasse a nota fiscal dos produtos comprados, no caso duas garrafas de vinho.

Edson denunciou que estava de folga e foi ao supermercado para comprar os vinhos. Ele degustou a bebida na adega do local, comprou dois litros e fez o pagamento no caixa. Logo após a compra, com os litros de vinho já nas sacolas, foi usar o banheiro do local, onde foi abordado por dois seguranças que, segundo ele, disseram que não havia pago pelo produto e pediram que se despisse para revistá-lo. Funcionários ao encontrarem a nota fiscal, mandaram que o cabo se vestisse novamente. Muitos interpretam que o ato de dar a ordem para se despir, foi além do normal nestas circunstâncias.

"Além dos depoimentos dos envolvidos, investigamos imagens da câmera se segurança e duas testemunhas que estavam no local do acontecido. Nenhum dos fatos que ele narrava realmente ocorreu. Provavelmente ele vai responder em liberdade”, disse a delegada Larissa Lacerda, titular do Departamento de Polícia Judiciário (DPJ) da Praia do Canto.

A possível vítima disse que a abordagem foi preconceituosa e o deixou constrangido. Suas palavras na época foram: "Tenho certeza que eles só me abordaram daquela maneira porque sou negro e estava vestido de maneira simples”. Ele chamou a polícia e realizou a denúncia.

Na ocasião, o supermercado chegou a postar um vídeo na internet com as imagens do circuito interno contestando a versão do PM e divulgou nota classificando o caso como "lamentável e irreal".A nota destacou ainda que deixou todas as imagens à disposição da Justiça para que fossem analisadas detalhada e minuciosamente.