Ex-policial é condenado a 35 anos de prisão pelas mortes de Emily e Meiryhellen

Emily Martins Ferreira, 21 anos, e Meiryhellen Bandeira, 28 anos, foram assassinadas em setembro de 2017, vítimas de homofobia; A condenação teve três qualificadoras: motivo fútil, vítimas não tiveram chance de defesa e feminicídio

Ex-policial é condenado a 35 anos de prisão pelas mortes de Emily e Meiryhellen
O ex-policial militar, Roberto Luis Pavani, acusado de assassinar duas jovens em 2017 em Linhares, foi a juri popular na manhã de terça-feira (10), onde recebeu a condenação de 35 anos, segundo informações do advogado de acusação Deo Moraes Dias. O ex-policial matou a tiros Emilly Martins Pereira, de 21 anos, e Meiryhellen Bandeira, 28. As duas tinham um relacionamento e ele é acusado de homofobia. 

Ainda com informações do advogado, a sentença do juiz ficou determinada em 16 anos e 06 meses de prisão para cada vítima, além de mais dois anos por porte de arma. A condenação teve três qualificadoras: motivo fútil, vítimas não tiveram chance de defesa e feminicídio.

O julgamento aconteceu às 9h, no Tribunal do Juri do Fórum Desembargador Mendes Wanderley em Linhares. Na época, Pavani confessou o crime e está preso desde o dia 11 de outubro de 2018 na Penitenciária de Segurança Média 1, em Viana, na Grande Vitória. O juiz da 1ª Vara Criminal de Linhares, André Dadalto, foi o responsável por julgar caso.

O caso

Emilly Martins, 21, era estudante. Meiryhellen Bandeira, 28, trabalhava em um pet shop. As duas estavam no Bairro Novo Horizonte (BNH), em Linhares, perto da casa de Emilly, quando foram assassinadas. O crime aconteceu na noite dia 21 de setembro de 2017.

Emilly chegou a ser socorrida e ainda conversou com o Corpo de Bombeiros. Na época, ela disse ter sido atingida por um senhor de, aproximadamente, 60 anos. Depois disso, ela foi levada para o hospital, mas acabou morrendo. Já Meiryhellen morreu no local do crime.

Roberto morava na rua onde os assassinatos aconteceram. Ele era vizinho de Emilly.

Homofobia

Emilly e Meiryhellen eram namoradas, segundo as investigações da Polícia Civil. Em novembro de 2017, dois meses depois do crime, o Ministério Público do Espírito Santo encaminhou a denúncia contra Roberto Luis Pavani à Justiça de Linhares. Ele foi acusado pela promotoria de homofobia. Foi quando o juiz André Dadalto decretou a prisão do ex-policial.

"Em que pese o depoimento prestado do acusado na esfera policial, os elementos de cognição coletados até a presente dão conta de que a motivação do crime foi em decorrência de preconceito em virtude do relacionamento homoafetivo entre as vítimas, que não puderam esboçar qualquer reação diante da investida do acusado, que se encontrava em superioridade de forças, visto que portava uma arma de fogo", escreveu o juiz André Dadalto na decisão que decretou a prisão preventiva de Pavani.





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