Crime de homofobia no Novo Horizonte tem primeira audiência

O acusado foi preso de forma temporária em outubro do ano passado. No mês seguinte, sua prisão preventiva foi decretada

Crime de homofobia no Novo Horizonte tem primeira audiência
Oito testemunhas de acusação foram ouvidas durante a primeira audiencia sobre as mortes de Meiryhellen Bandeira, de 28 anos, Emilly Martins Pereira, de 21, que foram assassinadas em setembro do ano passado no bairro Novo Horizonte. A audiência de instrução e julgamento começou ao meio dia desta quinta-feira (29) e durou pouco mais de três horas no Fórum Desembargador Mendes Wanderley, no bairro Três Barras. Entre as testemunhas estava a mãe de Emilly, a técnica de Enfermagem Márcia Maria Vaz Martins.

O Tribunal de Justiça do espírito Santo informou que a previsão era que 10 testemunhas arroladas pelo Ministério Público fossem ouvidas. Uma nova audiência já está marcada para acontecer no dia 30 de janeiro às 15h30min, no mesmo Fórum, onde duas testemunhas de acusação serão ouvidas. Segundo informações do TJES, somente quando terminam todas as audiências de instrução do processo, o magistrado pode decidir se ele irá para júri popular. 

"Durante a audiência de instrução do processo são ouvidas testemunhas, ocorre o interrogatório do réu, e se for o caso, são apresentadas as alegações finais. Ou seja, se ele vai ou não a júri popular e por quais crimes. Quando o juiz decide pela pronúncia, ele não está decidindo se o réu é ou não culpado, mas se há indicios de autoria do crime. Quando há júri popular, o julgamento é feito pelo Tribunal do Júri e a pena é fixada pelo juiz”, ressalta a nota do TJES.

Entenda o Caso

O suspeito de matar duas jovens em Linhares, em 21 de setembro deste ano, cometeu o crime porque tinha preconceito contra o relacionamento amoroso entre as vítimas. A conclusão é do juiz da Primeira Vara Criminal do município, André Dadalto. O homem está preso desde o dia 11 deste mês, e a prisão foi convertida em preventiva nesta semana. Meiryhellen Bandeira, de 28 anos, e Emilly Martins Pereira, de 21, passavam de moto pela rua Jânio Quadros, no bairro Novo Horizonte, quando foram atingidas pelas costas.

Meiryhellen morreu no local e Emilly ainda foi socorrida para o Hospital Rio Doce, mas não resistiu. Antes de morrer, ela descreveu o assassino. "Minha filha disse no hospital 'mãe, é um homem mais velho, um senhor já'", lembrou a mãe de Emilly, Márcia Maria Vaz Martins. O principal suspeito é um vizinho de Emilly, Roberto Luiz Pavani. No dia 11 deste mês, ele se apresentou à Polícia Civil e confessou o crime. No mesmo dia foi levado para um presídio da região. Agora, a Justiça divulgou que a motivação do assassinato foi homofobia.

A mãe da jovem contou que a filha conheceu Meiryhellen um mês antes de as duas serem mortas e acredita que o vizinho tenha planejado o crime. "Eu acredito que ele estava vigiando a minha filha. Espero que ele vá a júri popular", finalizou Márcia.





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