Conselheiros tutelares de Linhares relatam ameaças de pais e menores

A partir de agora, equipes que fazem reintegração passaram a ser acompanhadas da polícia.

Conselheiros tutelares de Linhares relatam ameaças de pais e menores

Os conselheiros tutelares de Linhares, têm recebido ameaças dos próprios adolescentes que cuidam, assim como de pais com os quais precisam reintegrar os menores. Os casos são enviados à polícia, mas  deixam no ar um clima de medo naqueles que continuam a trabalhar com os agressores.

"A ameaça que nós viemos sofrendo é por parte do pais, e por parte de alguns adolescentes que as vezes nós temos que reintegrar à família. Eles não tem esse entendimento e acabam ameaçando os conselheiro que está trabalhando e a gente acaba se sentindo acuado”, contou um dos funcionários que preferiu não se identificar.

De acordo com os próprios funcionários, a maior parte das ameaças acontecem de noite, quando são feitas as reintegrações de crianças e adolescentes à família. "Quase 75% das ameaças são nas reintegrações durante a madrugada, e a gente não tem defesa, a gente não usa arma por que isso fica a parte da segurança pública. Agora nós só fazemos a reintegração junto à Polícia Militar”, contou um conselheiro.

O Conselho Tutelar atende em média mais de 300 casos envolvendo menores em situação de risco. Mesmo com as ameças é preciso continuar o trabalho no dia seguinte pelo bem das crianças e dos adolescentes, que passam por lá por estarem nessa vulnerabilidade social.

"Ameaças com olhares, com xingamentos, chegam pessoas nervosas. A gente não pode se intimidar porque é o nosso trabalho, é o nosso dever de estar ali zelando pelo bem estar da criança e do adolescente”, disse uma conselheira. Os casos têm sido passados à Polícia Civil do município em uma medida de proteção aos funcionários.

"Todas as denúncias, tudo o que está acontecendo, nós estamos informando à delegacia da Polícia da Civil. Nós somos o órgão mais vulnerável, porque nós não andamos armados, nós não temos escolta na nossa casa, e simplesmente essas violências estão crescendo no nosso país e acaba a gente sem saber o que fazer”, afirmou o conselheiro Tales Mass.

O delegado Valter Barcelos explica que como as reintegrações estão sendo acompanhadas pela Polícia Militar, será mais fácil identificar as ameaças e punir os agressores. "Essas pessoas serão detidas em flagrante e vão responder a um crime que será no mínimo arbitrado em fiança”, disse o delegado Valter Barcelos.

Fonte: G1





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