A partir de agora, equipes que fazem reintegração passaram a ser acompanhadas da polícia.
Tuesday, 23 de June de 2015
Os conselheiros tutelares de Linhares, têm recebido ameaças dos próprios adolescentes que cuidam, assim como de pais com os quais precisam reintegrar os menores. Os casos são enviados à polícia, mas deixam no ar um clima de medo naqueles que continuam a trabalhar com os agressores.
"A ameaça que nós viemos sofrendo é por parte do pais, e por parte de alguns adolescentes que as vezes nós temos que reintegrar à família. Eles não tem esse entendimento e acabam ameaçando os conselheiro que está trabalhando e a gente acaba se sentindo acuado”, contou um dos funcionários que preferiu não se identificar.
De acordo com os próprios funcionários, a maior parte das ameaças acontecem de noite, quando são feitas as reintegrações de crianças e adolescentes à família. "Quase 75% das ameaças são nas reintegrações durante a madrugada, e a gente não tem defesa, a gente não usa arma por que isso fica a parte da segurança pública. Agora nós só fazemos a reintegração junto à Polícia Militar”, contou um conselheiro.
O Conselho Tutelar atende em média mais de 300 casos envolvendo menores em situação de risco. Mesmo com as ameças é preciso continuar o trabalho no dia seguinte pelo bem das crianças e dos adolescentes, que passam por lá por estarem nessa vulnerabilidade social.
"Ameaças com olhares, com xingamentos, chegam pessoas nervosas. A gente não pode se intimidar porque é o nosso trabalho, é o nosso dever de estar ali zelando pelo bem estar da criança e do adolescente”, disse uma conselheira. Os casos têm sido passados à Polícia Civil do município em uma medida de proteção aos funcionários.
"Todas as denúncias, tudo o que está acontecendo, nós estamos informando à delegacia da Polícia da Civil. Nós somos o órgão mais vulnerável, porque nós não andamos armados, nós não temos escolta na nossa casa, e simplesmente essas violências estão crescendo no nosso país e acaba a gente sem saber o que fazer”, afirmou o conselheiro Tales Mass.
O delegado Valter Barcelos explica que como as reintegrações estão sendo acompanhadas pela Polícia Militar, será mais fácil identificar as ameaças e punir os agressores. "Essas pessoas serão detidas em flagrante e vão responder a um crime que será no mínimo arbitrado em fiança”, disse o delegado Valter Barcelos.
Fonte: G1COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA
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