Sooretama é apontada como a 2ª cidade em trabalho degradante do Brasil

Com 86 pessoas libertas em apenas três ações fiscais, o município do Norte do Estado está atrás apenas de Macaé, no Rio de Janeiro.

Sooretama é apontada como a 2ª cidade em trabalho degradante do Brasil
Sooretama está em segundo lugar na lista de municípios do Brasil onde mais foram encontrados trabalhadores em situação análogas à escravidão, no ano de 2014, segundo dados divulgados pelo Ministério do Trabalho (MTE). 

Com 86 pessoas libertas em apenas três ações fiscais, o município do Norte do Estado está atrás apenas de Macaé, no Rio de Janeiro, onde 118 trabalhadores foram resgatados na construção civil.

Em Sooretama, todas as pessoas foram resgatadas após o jornal A Gazeta ter publicado uma reportagem, no dia 1º de junho de 2014, denunciando as condições degradantes em que viviam trabalhadores mineiros e baianos durante a colheita do café. Já a operação aconteceu três dias depois, feita pelo Ministério Público com apoio das polícias Federal e Civil.

"Quanto aparece uma reportagem que nos chama a atenção, a partir delas vamos atuar”, afirma o auditor fiscal do trabalho, Alexandre Lira, frisando, ainda, que outras denúncias, além das publicadas no jornal, podem ter contribuído para a operação. 

Chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), o auditor avalia que, apesar de expressivo, o número de 86 trabalhadores libertados em Sooretama ainda não coloca o Estado na lista dos mais problemáticos em relação à escravidão. "É um resultado significativo, mas não necessariamente vai ser repetido nos próximos anos. Acredito que essa tenha sido uma situação mais pontual, e espero essa ação também tenha caráter educativo”, completa ele. 

Ações

E foi com essa intenção educativa que o Ministério Público do Trabalho (MTE) e a Justiça do Trabalho se uniram. Passaram a realizar eventos de conscientização, voltados para os proprietários rurais e trabalhadores, abordando o funcionamento da contratação no meio rural. O primeiro evento aconteceu no dia 6 de agosto, na Câmara de Sooretama, e também contou com a participação de produtores dos municípios de Vila Valério e Jaguaré.

As atividades com maior incidência de ações fiscais nas quais foram identificados trabalhadores em situação análoga à de escravo, em nível nacional, foram pecuária (60), construção civil (36), indústria madeireira (33), agricultura (31) e carvão (18), totalizando 118 fiscalizações. 

Apesar de Sooretama estar em 2º lugar no ranking nacional, o Espírito Santo não figura na lista dos cinco Estados com maior índice de escravidão.
 
Fonte: Gazeta Online





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