Sem pagamento, motoristas do transporte escolar param e alunos ficam sem ir à escola

O Governo do ES garante que efetuou o pagamento na segunda (19). Mas, a Prefeitura diz que o valor depositado é inferior ao acordado

Sem pagamento, motoristas do transporte escolar param e alunos ficam sem ir à escola

A educação é um direito previsto na Constituição. Mas, esta não é realidade de centenas de estudantes do interior de Linhares que ficaram sem ir à escola na manhã desta quarta-feira (20). O motivo: a Prefeitura de Linhares não pagou as empresas que fazem o transporte dos alunos. É a primeira vez, em Linhares, que os motoristas cruzam os braços por falta de pagamento.

A Prefeitura de Linhares garante que o transporte escolar dos alunos da rede estadual acontece porque o Governo do ES depositou um valor inferior ao firmado em acordo com a Prefeitura.

Disse ainda que assim que identificou o depósito com o valor inferior comunicou o fato à Superintendência Regional de Educação, que informou que o valor integral seria depositado ainda na segunda-feira (18), mas, que até o momento não consta na conta do convênio. A Prefeitura disse que aguarda o depósito para efetuar o pagamento dos motoristas.

Mas, o Governo do ES desmente a Prefeitura de Linhares. Por meio de Nota a Assessoria de Imprensa da Sedu informou que os recursos financeiros, para o atendimento constitucional obrigatório com transporte escolar no município de Linhares, foi repassado para a Prefeitura na última terça-feira (19).

A Nota também destaca que a Superintendente Regional de Educação (SRE) Linhares, Maria da Penha Valani Giuriato, junto com o Secretário Municipal de Educação de Linhares, Sergio Adão Lopes Suzano, acrescentam que os transportadores receberão os recursos nesta quinta-feira (21).

Se pagamento não entrar, 90 motoristas irão cruzar os braços

Um dos líderes do movimento de greve, que prefere não se identificar com medo de represálias, diz que o pagamento não cai na conta há cerca de dois meses. E que a situação deve piorar amanhã, quinta-feira (21), quando todos os 90 motoristas deverão ficar em casa. Eles garantem: só retornarão aos postos de trabalho quando o dinheiro for depositado na conta de cada uma das empresas que prestam os serviços à Prefeitura de Linhares.

O interior, neste primeiro dia de paralisação, foi o mais prejudicado. As salas de aula não foram ocupadas pelos estudantes das localidades do Guaxe, dos distritos de Córrego Farias e Rio Quartel e do balneário de Regência.  Os motoristas disseram que os veículos ficarão estacionados no ponto final de cada localidade. "Tentamos o diálogo por várias vezes, mas, em todas sem sucesso. É um jogo de empurra-empurra da Prefeitura”, disse o líder.

Ele disse que o secretário de Educação da Prefeitura, Sérgio Lopes, afirmou em reunião que o problema não é da Prefeitura e sim do Governo do Estado que não depositou o valor firmado em contrato para o ano de 2015. "Em março deste ano, recebemos o mês de dezembro do ano passado e uma semana de fevereiro que foi pago tudo junto. Mas, este ano nada ainda”, reforçou.

Segundo o líder a verba enviada em 2014 não seria suficiente para quitar o pagamento de todos os motoristas, por isso, a Prefeitura não pagou ninguém. "O secretário disse na reunião que para não privilegiar alguns motoristas preferiu não pagar ninguém”, esclareceu.






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