Seca: Tamar inicia campanha para alimentar pescadores de Regência e Povoação

O Projeto iniciou nesta sexta-feira (28) uma campanha para arrecadação de cestas básicas ou alimentos não perecíveis que serão destinados às famílias dos pescadores dos balneários de Regência e Povoação, no litoral de Linhares. Cerca de 60 famílias passam por dificuldades financeiras por não conseguirem mais tirar o sustento da pesca. O motivo é bem claro: a seca do rio Doce. As doações podem ser feitas no Centro Ecológico de Regência; na Mecânica do Trevo, na base do projeto Tamar em Povoação, além do Centro de Visitantes do Tamar, na Praça do Papa, em Vitória.

O coordenador nacional do Projeto Tamar, Joca Thomé, disse que o órgão acompanha a dificuldade dos pescadores e a campanha é uma forma de ajuda-los enquanto a situação do rio Doce não é resolvida. "Até solicitamos a Prefeitura a inclusão deles no Bolsa Família, mas, isso leva tempo, então precisamos nos mobilizar”, explicou.

O pescador Geopídio Morais, de 54 anos, é um dos pescadores que sofrem com a seca. A renda mensal dele era de R$ 800 exclusivos da pesca, mas, com a situação que o rio se encontra, não teve jeito. Está vivendo de doações. Ele diz que a sorte são os filhos já adultos que o ajudam. "Como também sou pastor, conto com a colaboração dos irmãos”, diz.

Abertura de Canal

A Prefeitura de Linhares iniciou os trabalhos de abertura do canal da barra sul da foz do Rio Doce, na tentativa de solucionar o problema, porém menos de uma semana após iniciadas, as obras voltaram à estaca zero. Todo o canal que estava sendo aberto foi enterrado pela força da maré dos últimos dias.

Segundo a Prefeitura, a equipe da secretaria municipal de Meio Ambiente que acompanhava o trabalho, pescadores da região e representantes do Projeto Tamar, concordaram que a melhor alternativa no momento é paralisar a tentativa de abertura. A baixa vazão do rio dificulta que o canal se mantenha.

A solução apontada pela Associação de Pescadores de Regência (Asper) e do Projeto Tamar seria interromper parte da vazão do rio ao norte para forçar o curso da água do rio a abrir a barra sul, que é considerada pelos pescadores a principal ligação do Rio Doce com o mar. A ação, de acordo com a Prefeitura, exige uma autorização ambiental do Iema e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente avaliará a proposta com cautela.