Rio Pequeno: 55 famílias devem deixar suas casas até sexta-feira (21)

Desocupação – que já ocorreu em seis imóveis – visa garantir a segurança dos moradores, pois no sábado (22) começam as obras de ampliação do canal da barragem 05 A possibilidade de o barramento se romper durante as intervenções é um dos motivos que justificam a retirada das famílias

Rio Pequeno: 55 famílias devem deixar suas casas até sexta-feira (21)
Um total de 55 famílias, que residem às margens do Rio Pequeno, em Linhares, devem deixar suas residências até a próxima sexta-feira (21). A desocupação, segundo a Fundação Renova, já ocorreu em seis imóveis. O objetivo desta ação é garantir a segurança dos moradores, pois no sábado (22) começam as obras de ampliação do canal da barragem. A possibilidade de o barramento se romper durante as intervenções é um dos motivos que justificam a retirada das famílias. Durante audiência pública, realizada na última quinta-feira (13), o representante da empresa de autoria Aecom, Caio Prado, revelou que o rompimento poderia gerar uma onda de 40km/h, causando um dano inestimável à população ribeirinha. 

Mesmo com os riscos, a ampliação do canal é vista, pela Fundação Renova, como uma saída para reduzir o nível do rio e evitar um possível galgamento da barragem, ou seja, o transbordo de águas pluviais sobre a barreira, durante o período de chuvas que, historicamente, compreende os meses de setembro a março. 

E é justamente até este mês que as famílias devem permanecer afastadas de seus imóveis, conforme prevê o gerente de território da Renova, Sergio Kuroda. Ele salienta que parte destas famílias será direcionada para moradias provisórias, custeadas por aluguel social. Outras serão alocadas em casas de parentes, conforme acordos realizados em reuniões junto aos moradores. 

Plano de ação não inclui outras comunidades 

Embora convivam com os transtornos gerados pelo aumento do volume do Rio Pequeno, especialmente em períodos chuvosos, as famílias que residem no Centro de Linhares e na comunidade de Olaria não foram envolvidas neste plano de ação. "Não há um estudo que relacione as inundações que ocorrem nessas localidades ao barramento do Rio Pequeno. 

A região de Olaria, por exemplo, já possui um histórico de alagamentos, conforme análises da Defesa Civil. Mas caso algum transtorno seja gerado em função da barragem, um plano de ação pode vir a ser desenvolvido”, explica o gerente de território da Renova. 

Planejamento da obra 

A partir do alargamento do canal, a vazão da água, que hoje é de 30 passará para 100 metros cúbicos por segundo e vai acelerar o processo de drenagem da lagoa Juparanã. Segundo o projeto, o canal terá a profundidade aumentada para 4,7 metros, além da largura de 8 para 10 metros (fundo) e para 24 metros, na parte superior. Conforme o projeto, o acréscimo é seguro visto que o rio Doce comportaria essa vazão. 

Adicionalmente a isso, o barramento do rio Pequeno também será reforçado e as margens protegidas até a ponte com enrocamento (blocos de pedra). Além disso, um sistema de monitoramento para controlar a vazão e o nível do rio Doce, da lagoa Juparanã e do rio Pequeno já foi instalado. Barragem A barragem do rio Pequeno foi construída, em 2015, pela Samarco, para evitar que as águas do rio Doce, atingidas pela lama de rejeitos de minério, atingissem também a lagoa Juparanã. CoM o bloqueio, desde então, a água da lagoa não escoa e inundações têm acontecido.
 
Assim como em Linhares, a inundação também alcançou o município de Sooretama, precisamente na comunidade do Patrimônio da Lagoa, onde a água cobriu ruas, invadiu plantações e casas.





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