Professores voluntários se unem e realizam aulão de reforço do Enem para detentos

Além das aulas de reforço, os detentos receberam uma doação de livros para que possam reforçar o conteúdo até o dia da prova.

Professores voluntários se unem e realizam aulão de reforço do Enem para detentos
Nesta terça-feira (06), cerca de 50 detentos do Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares participaram de um aulão preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ministrado por um grupo de professores do Colégio Cristo Rei. Na condição de voluntários, eles deram aulas de português, redação, matemática, química, biologia. É a primeira vez que a ação é realizada pela escola na unidade. O aulão foi realizado das 13 às 18 horas e os detentos também receberam uma doação de livros para reforçarem o conteúdo até o dia da prova que será aplicada para as pessoas privadas de liberdade nos dias 13 e 14 de dezembro.

Para o coordenador de pré-vestibular do Colégio Cristo Rei, Fábio Lino, ações como esta mostram que existe a possibilidade de inclusão social dentro do presídio. "Proporciona ao preso a possibilidade de cursar uma graduação ou de até conseguirem um certificado de 2º grau para aqueles que não têm", destaca. De acordo ainda com ele, o sucesso da experiência será ampliada numa ação ainda maior no próximo ano. Segundo a Lei de Execução Penal, o detento que estuda tem direito à remição da pena. A cada 12 horas de estudo, distribuídas em três dias, um dia da pena é reduzido.

"O aulão de reforço para pessoas privadas de liberdade é uma ferramenta que possibilita a essas pessoas enxergarem uma janela de oportunidade e de mudança de vida. É uma grande via de ressocialização e de reinserção à sociedade”, completou. A participação dos internos do sistema prisional no Enem 2016 atingiu mais um recorde. Neste ano, 2.561 detentos, de 31 unidades prisionais, se inscreveram para participar do exame. São 225 internos a mais do que no ano passado, quando 2.336 fizeram as provas.

"Hoje, temos, aproximadamente, 3,5 mil detentos estudando dentro do sistema prisional, sendo que 997 estão cursando o Ensino Médio. Trabalhamos para ampliar a oferta de ensino ano a ano e estamos tendo êxito nesse objetivo”, explica a gerente de Educação e Trabalho da Secretaria de Justiça do Estado do Espírito Santo (Sejus), Regiane Kieper do Nascimento.  

Atualmente, o Espírito Santo possui cerca de 3,5 mil detentos estudando em salas de aula nas unidades prisionais, da alfabetização ao Ensino Médio, na modalidade de Educação para Jovens e Adultos (EJA). O acesso à educação é oferecido em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Sedu). "A educação é uma ferramenta importante para a ressocialização dos internos e para que eles tenham oportunidades quando ganharem a liberdade. Para o detento do semiaberto, o Enem oferece a possibilidade de conseguir uma vaga em um curso superior durante o cumprimento da pena”, completa a gerente. As fotos foram cedidas pelo Colégio Cristo Rei.





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