Policiais militares ambientais acompanhados de técnicos da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Linhares chegaram no início da tarde desta segunda-feira (18) a sede da Câmara Municipal de Linhares. Eles apuram supostas irregularidades do esgoto do legislativo que estaria sendo lançado in natura no rio Pequeno. Mesmo com a inauguração de uma sede que custou mais de R$ 3 milhões aos cofres públicos os dejetos seriam lançados sem nenhum tratamento no rio que está numa Área de Preservação Permanente (APP).
A informação foi confirmada pelo Comandante da 2ª Cia do BPMA, Anderson Zambon Alves ao Site de Linhares. De acordo com ele seria uma denúncia anônima e as informações sobre a apuração da denúncia só estarão disponíveis no início da tarde desta terça-feira (19) quando a equipe retornar da operação no fim da tarde de hoje.
Na tarde de ontem, segunda-feira (18), o presidente da Câmara, Miltinho Colega, usou as redes sociais para se manifestar sobre o assunto. Ele apresentou um ofício do diretor do Saae, Ademir Lima, que atesta que a rede de esgoto está ligada à estação elevatória que fica próxima a sede da Câmara. O ofício é datado de 18 de maio, dia em que a Polícia Militar Ambiental e técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente estiveram apurando de denúncias de irregularidades na rede de esgoto.
As obras da estação elevatória que receberia o esgoto da sede da Câmara e do Centro de Educação Infantil Municipal "Agnelo Guimarães" estavam abandonadas. Depois que o Site de Linhares denunciou o fato no dia 27 de março deste ano, a Prefeitura enviou uma equipe ao local, mas, não anunciou se a obra foi concluída ou não.
Estação abandonada
A estação elevatória responsável pelo recebimento dos dejetos do legislativo, do Centro de Educação Infantil Municipal "Agnelo Guimarães” e das residências do entorno não havia sido concluída pela Prefeitura de Linhares.
A informação foi confirmada por um funcionário do Saae ao Site de Linhares e pelo próprio diretor da autarquia, Ademir Lima, em ofício enviado à Câmara. A estação, de acordo com a fonte e com o ofício, ainda não teria sido entregue oficialmente à autarquia que só poderia operá-la após este procedimento.
"Não fomos comunicados oficialmente sobre o término das obras. Assim, não podemos operar a estação”, reforçou a fonte. Nossa equipe de reportagem esteve no local onde a estação elevatória é construída e comprovou que a obra estava abandonada pela Prefeitura.
Ofício de Diretor confirma não conclusão de estação
O diretor do Saae, Ademir Lima, também confirmou que a rede de esgoto da nova sede da Câmara ainda não estava interligada a estação de tratamento. Mas, que o procedimento era simples e que aguardava apenas a conclusão da obra.
A informação foi dada ao Site de Linhares no dia do anúncio do reajuste da tarifa de água na sede da secretaria de Desenvolvimento. A mesma informação é confirmada pelo diretor em ofício encaminhado à Câmara. (veja na íntegra)
O esgoto in natura só deixará de ser lançado no Rio Pequeno após a ligação do esgoto da nova sede da Câmara, do Ceim Agnelo Guimarães e das residências da região forem jogadas a estação elevatória.
Dali, de acordo com a fonte do Saae, ele será enviado a uma estação que fica em frente a concessionária Shori e posteriormente a Estação de Tratamento de Esgoto Central (ETE), onde o esgoto é tratado e lançado no rio Doce.