Pastores serão ouvidos na segunda audiência da morte dos irmãos Kauã e Joaquim

A audiência do dia 23 de outubro deve acontecer no Fórum de Linhares e será a primeira vez que Geogerval e a esposa Juliana Salles vão ficar frente a frente depois que foram presos.

Pastores serão ouvidos na segunda audiência da morte dos irmãos Kauã e Joaquim
O pai e a avó do menino Kauã Salles Butkovsky, de seis anos, prestaram depoimento nesta quarta-feira (10) em umaaudiência que apura a morte da criança e do irmão, Joaquim Salles Alves, de três, em um incêndio em Linhares. Na saída, eles disseram que foram perguntados sobre a relação do menino com a mãe, Juliana Salles, e o padrasto, o pastor Georgeval Alves, que são os acusados pelas mortes. O casal está preso.

Esta é a primeira audiência do caso e aconteceu na 1ª Vara Criminal de Vitória. Ela não foi aberta ao público porque o processo corre em segredo de Justiça. O pai de Kauã, Rainy Butkovsky, foi ouvido durante aproximadamente um hora e deixou a audiência por volta das 17h50. Às 18h30, a avó de Kauã, Marlucia Aparecida, também deixou o local. Ela disse que as perguntas giraram em torno o relacionamento dos acusados com as crianças, e se emocionou.

Além deles, também prestaram depoimento peritos do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil que estiveram na casa depois do incêndio e que participaram das investigações que apontaram o pastor George como o responsável pelas mortes. Ao chegar, o perito do Corpo de Bombeiros tenente-coronel Ferrari disse que apesar de o caso ser complexo, o trabalho feito pela perícia conseguiu chegar a uma "conclusão definitiva”. "Não há outra hipótese que explica tudo que aconteceu, que consegue casar todos os dados e informações coletados, que não seja uma ação pessoal”, disse.

A audiência do dia 23 de outubro deve acontecer no Fórum de Linhares e será a primeira vez que Geogerval e a esposa Juliana Salles vão ficar frente a frente depois que foram presos. Procurados, os advogados que fazem a defesa do casal não atenderam nossas ligações.

Mortes

As crianças morreram em um incêndio no dia 21 de abril, em Linhares. Georgeval, pai de Joaquim e padrasto de Kauã, foi acusado de estuprar, agredir e queimar as crianças. Já a esposa dele Juliana foi presa porque, segundo o juiz, foi omissa e sabia dos abusos que as vítimas sofriam.

Mãe das crianças também está presa

A ordem de prender a pastora partiu do juiz André Dadalto, da 1ª Vara Criminal de Linhares. De acordo com a decisão, Juliana sabia dos desvios de caráter do marido, e mesmo assim apoiava os planos dele de se promover na igreja. Para o Ministério Público, assassinar os próprios filhos estava nos planos do casal. Seria uma tragédia a ser usada pelo pastor para se promover na igreja. "O pastor George, em parceria com a pastora Juliana, buscava uma ascensão religiosa e aumento expressivo de arrecadação de valores por fiéis e, para esta finalidade, ceifou a vida dos menores Kauã e Joaquim para se utilizar da tragédia em seu favor”, diz a decisão.

Juliana também estava ciente sobre as diferenças de tratamento que George dava para os filhos e o enteado. A decisão diz que George deixava faltar alimento, medicamento e atendimento médico para as crianças.





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