Nova espécie de sapo é descoberta em plantações de coco em Povoação e em reserva de Sooretama

Animal, que atinge poucos milímetros de comprimento, recebeu o nomeChiasmocleis quilombola, em homenagem aos remanescentes de quilombos da região.

Nova espécie de sapo é descoberta em plantações de coco em Povoação e em reserva de Sooretama
Uma nova espécie de sapo foi descoberta aqui no norte do Estado, habitando os remanescentes de Mata Atlântica e algumas plantações de coco entre o Rio Doce e o Rio Mucuri, no sul da Bahia. Os indivíduos possuem comprimento de cerca de 14 milímetros quando machos e 17,1 milímetros quando fêmeas. A nova espécie, descoberta por pesquisadores da Universidade de Richmond e da Universidade George Washington, ambas dos Estados Unidos, e foi batizada de Chiasmocleis quilombola, em referência às comunidades quilombolas que ainda se mantém no norte do Estado, e foi publicada nesta quinta-feira (24) na revista científica "ZooKeys".

Os exemplares do sapo avaliados na pesquisa foram coletados em armadilhas na Floresta Nacional do Rio Preto, no município de Conceição da Barra, no extremo norte do Espírito Santo, e no Parque Estadual de Itaúnas, em Conceição da Barra; na Reserva Biológica (Rebio) Córrego do Veado, em Pinheiros; na Rebio de Sooretama, no município de mesmo nome, e em plantações de coco no povoado de Povoação, em Linhares. Anteriormente, exemplares dessa espécie tinham sido erroneamente identificados como das espécies Chiasmocleis lacrimae e Chiasmocleis capixaba.

A pesquisa partiu do princípio de que muitos exemplares de sapos reunidos como sendo da mesma espécie, com base apenas na morfologia dos animais, pertenciam, na realidade, a espécies variadas. Devido à semelhança entre os animais, essa distinção só é possível com análises moleculares, que avaliam o DNA. "Estávamos intrigados pela variação morfológica desses sapos, que é pequena, mas depois dos primeiros resultados das filogenias moleculares, ficou clara a grande disparidade genética entre eles", diz o pesquisador João Tonini, um dos autores da pesquisa e aluno de doutorado da Universidade George Washington.

O gênero Chiasmocleis reúne 29 espécies de anfíbios distribuídos pela Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. Os pesquisadores nomearam o novo sapo em homenagem às comunidades quilombolas que existem no norte do estado do Espírito Santo, onde a espécie foi coletada.

Fonte: G1 e Século Diário





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