Moradores fecham acesso à Regência em protesto a decisão de Samarco de não oferecer água potável

O vice-presidente da Associação de Moradores, Fábio Gama, disse que o protesto é pacífico e moradores e turistas têm a passagem liberada.

Moradores fecham acesso à Regência em protesto a decisão de Samarco de não oferecer água potável
A decisão da mineradora Samarco em não oferecer mais água potável aos moradores de Vila de Regência, no litoral de Linhares, ocasionou a interdição da estrada de acesso ao balneário desde a noite de ontem, quarta-feira (27). Apenas os funcionários da mineradora estão proibidos de entrar na vila de pescadores. Os manifestantes também reivindicam o mesmo auxílio financeiro que a empresa deu aos pescadores.

De acordo com o vice-presidente da Associação de Moradores de Regência, Fábio Gama, o protesto é pacífico e os moradores e os turistas têm a passagem liberada. Para fechar o acesso os moradores colocaram algumas grades de contenção e caminhões. Eles garantem que não há previsão para liberação da passagem. "Estamos aguardando um representante da Samarco, uma autoridade competente para a área e o próprio Saae, que distribui água no município de Linhares".

Segundo Gama, a água que chega nas casas está amarelada e os moradores pedem o restabelecimento de água potável. "A população está passando por uma água que não sabe a procedência. Que seja doada água imediatamente para a escola e para a creche, porque todas as merendas estão sendo feitas com essa água. Alguns alunos apresentam coceira, dor de barriga. A gente está sem informações do que está acontecendo".

Ele também destaca que alguns comerciantes e moradores estão passando por dificuldades financeiras, sem alimento dentro de casa, além de pessoas que não estão conseguindo pagar nem água nem energia. "Não tem turismo mais, não pode pescar, tomar banho. A comunidade não sabe como está a situação do mar e do Rio Doce hoje", revelou.

Prefeitura emite Nota oficial sobre o assunto

"Em virtude do ofício enviado pela Samarco anunciando a saída de Regência e que não irá mais fazer o transporte de água potável para a comunidade da vila, o município de Linhares entrou, ainda na tarde da última quarta-feira (27), com uma ação judicial exigindo que a mineradora cumpra com suas obrigações para com os moradores da região. Enquanto a sentença judicial não for proferida, o prefeito de Linhares, Nozinho Corrêa, determinou que o próprio Saae, utilizando recursos próprios, faça o abastecimento de água da comunidade, pois o prefeito entende que a população não pode ser penalizada por uma decisão unilateral da Samarco. Posteriormente, o município irá cobrar da mineradora os gastos com os quais irá arcar para realizar uma obrigação que é da Samarco".

O que diz a Samarco

Já a Samarco informou que mantém reuniões regulares com representantes da associação de moradores e da associação de comerciantes locais. No último desses encontros, foi reivindicada a ampliação do direito aos cartões emergenciais de subsídio a todos os moradores do distrito.

No entanto, no Termo de Compromisso Social e Ambiental assinado com o Ministério Público Federal e com o Ministério Público do Trabalho, ficou acertado que esse direito seria concedido aos ribeirinhos que tiveram sua renda comprometida pela passagem da pluma de turbidez. Com informações do Gazeta Online.





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