Linharense radicado na Suíça dará palestras gratuitas, em Linhares, sobre catedrais góticas

Luciano Xavier dos Santos chega ao Espírito Santo nesta segunda-feira (12) e realiza duas palestras gratuitas no dia 18 de dezembro.

Linharense radicado na Suíça dará palestras gratuitas, em Linhares, sobre catedrais góticas
Um linharense radicado na Suíça, Luciano Xavier dos Santos, e que faz muito sucesso com o seu olhar brasileiro sobre catedrais góticas chega ao Espírito Santo na próxima segunda-feira (12) e no domingo (18) ministra duas palestras gratuitas em Linhares onde os participantes poderão ver de perto uma de suas obras. A primeira palestra será às 9 horas na Comunidade Santa Terezinha, no bairro Jardim Laguna, e a segunda às 19 horas na Matriz Santíssima Trindade, no bairro Novo Horizonte. A entrada é gratuita. "Porque questão de logística e transporte só será possível levar uma das maquetes”, explicou Luciano.

Além da riqueza histórica que será exposta durante a palestra, a exposição da maquete dará ainda uma visão tridimensional das catedrais, o que permite ao participante compreender a forma e o espaço físico dos monumentos por completo, como explica Luciano. "Em uma visita local, somos geralmente limitados a observar somente as fachadas e o interior dos edifícios”.

Já o "olhar brasileiro” que propõe o artista é o olhar do estrangeiro, que não faz parte da que cultura local, ou seja, que não está acostumado com a paisagem. Segundo Luciano esse olhar seria importante para despertar novamente o interesse da população pela história dos monumentos e pela arte. "Percebi esse ‘desinteresse’ conversando com alguns conhecidos, que na maioria das vezes não sabiam nada sobre as catedrais de onde moravam”.

O jovem mora em Friburgo há dois anos e ganha a vida como maquetista artesanal em um atelier montado em casa. "O ‘feito à mão’ aqui é muito valorizado. Mas o mercado também é concorrido e conto com a exposição para alcançar mais visibilidade”, esclarece. Mas Luciano diz não ver a maquete como uma simples encomenda de um cliente, mas como expressão artística. "A maquete se transformou numa obra de arte para mim”, comenta.

Como sua especialidade é a produção artesanal, todas as maquetes da exposição também serão artesanais. Cada uma demorou entre três a quatro dias para ficar pronta, com exceção da catedral do Monte Saint-Michel, a maior delas, com 90x80cm de base e 35cm de altura, dando mais trabalho para ser feita. Os materiais utilizados na confecção das maquetes foram papel, cola universal, madeira, tinta acrílica, poliestireno e musgo verde, tudo comprado com recursos próprios. A cor das maquetes, o cinza, foi escolhida pela neutralidade e por permitir observar melhor os volumes, que na arquitetura gótica são muitos.

Do sonho à realidade

Desde que foi morar na França, em 2010, Luciano já desejava demonstrar sua admiração pela arte gótica, também chamada de arte francesa, que descobriu durante as aulas de História da Arte, na Ufes. Mas foi na Suíça, onde mora há dois anos, que o sonho ganhou forma. "Comecei a fabricar a maquete da catedral de Notre-Dame, de Paris, e daí surgiu a ideia de fazer uma exposição. Tudo estava ainda em fase embrionária, não tinha nenhuma noção do número de maquetes ou do lugar onde eu iria expor”, contou.

Mesmo sem local para expor, continuou fabricando. Foi então que, durante uma conferência urbanística em Friburgo, Luciano conheceu o Deão (pessoa responsável pela administração da igreja) da Catedral de São Nicolau, a quem apresentou o projeto. "Ele veio na minha casa, onde instalei também meu atelier, impressionado com as maquetes, ele me convidou para expor na catedral da cidade”, contou entusiasmado.

A paixão pelas maquetes

O interesse por maquetes começou ainda na adolescência, aproximadamente aos 14 anos de idade. "Eu usava caixas de papelão e embalagens de plástico para reproduzir fotos de prédios e casas que via em anúncios de jornal”, conta. Ao mesmo tempo, traçava seus primeiros esboços de desenho artístico, copiando desenhos animados que assistia na televisão.

Durante o Ensino Médio definiu um grande objetivo para si: descobrir o mundo.  Continuou o hobby por maquetes até que, em 2003, aos 19 anos, passou no curso técnico em Construção Civil no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). A dedicação culminou na sua primeira exposição independente, a "Arranha-céus”, dois anos depois, na biblioteca da instituição.

Nela ele reproduziu oito famosos arranha-céus do mundo, como o Empire State Building, de Nova Iorque, EUA, e a Torre Eiffel, em Paris, França. "A exposição ‘Arranha-céus’ foi o verdadeiro ponto de partida da minha carreira como artista”, conclui Luciano. E de fato foi. Por meio dela, ele recebeu o convite do então diretor do instituto, Jadir José Pela, para fazer uma maquete do instituto, onde ainda se encontra, na portaria.

Em 2006, Luciano ingressou no curso de Artes Visuais, da Ufes. Estudou francês e trabalhou um tempo como desenhista/cardista no estado. Decidiu então que era hora de correr atrás daquele velho objetivo. O primeiro passo foi mudar-se para a França em 2010.

"Lá eu morava com amigos e trabalhava como desenhista/cadista. Vim morar na Suíça para viver uma bela história de amor, gostei do país, e já faz 2 anos que eu me estabeleci aqui na cidade de Friburgo”, relata apaixonado, tanto pelo hobby que virou profissão quanto pelo amor que encontrou.





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