Fotógrafo linharense cria sessões exclusivas para registrar o amor de pets e seus donos

O fotógrafo linharense Wesley Joviniano é todo fotografia. Sua paixão pela arte de fotografar começou em 2010 como um hobby e logo se tornou profissão. Seu primeiro desafio foi registrar o casamento de um amigo. Um misto de felicidade e desafio. 

"Naquele dia descobri o quanto era importante  aquele momento na vida daquelas pessoas e que aquele momento seria eternizado por mim, tive a oportunidade de conhecer muita gente, tive o privilégio de  fazer parte de muita história, muito momentos de alegria, tristeza e desabafos”, conta Joviniano. A partir daí, ele passou a fotografar uma série de acontecimentos em família: casamentos, gestantes, 15 anos, festas infantis. 

Wesley já foi premiado durante um dos mais concorridos congressos de fotografia do país, o Estúdio Brasil, com uma fotografia escolhida pelo renomado David Beckstead. "Quero que as pessoas olhem para suas fotos e lembre o tempo que passou, lembre o quanto foi importante aquele momento, sentindo o que realmente e o quanto foi importante aquele dia, foi assim que minha paixão que se tornou profissão”, explica.

Com um currículo forte, Wesley deu mais um salto na carreira. Criou sessões exclusivas para pets. Isto mesmo. Ele clica o cotidiano de cães e gatos, por exemplo, na rotina com seus donos. O primeiro ensaio foi com os cachorros de seu dentista, o Ériko. O fotógrafo disse que possui uma admiração absurda pelo amor que ele tem pelos bichinhos. Então, eles resolveram fazer um ensaio com uma rotina normal, como se o Wesley não estivesse ali. Mas, antes disso tudo, ele conheceu o temperamento dos dogs.

 

"Era necessário para estar ciente de como seria a sua reação em um dia normal com seu dono e estar preparado para momentos de carinho junto a ele. Fiquei em todo momento afastado, só observando e quando precisava se comunicar com o Eriko (o dono dos cães) só fazia gestos para não tirar a atenção deles, sendo assim o ensaio saiu como esperado”, revela Wesley. 

Para fotografar pets não existem truques. Existe dedicação. Wesley explica que o fotógrafo naquele momento deve pensar como eles e tentar entender cada reação para cada momento pretendido na fotografia. "Eles foram super fotogênicos, mas, a todo momento tive que me afastar para não atrapalhar a interação com seu dono na hora das brincadeiras. Fluiu naturalmente. Eram nítidos os sentimentos de afeto dos bichinhos junto ao seu dono. Foi espetacular”, disse.

 

A gente insiste perguntar ao Wesley se existem truques para as imagens ficarem tão sensacionais. Ele, mais uma vez, garante: não! "Não existe truque, mas caso seja um bichinho muito agitado o segredo é ser ágil na hora e ter muita paciência  para o clique”. Ah! Biscoitinhos ele não considera como truque. "Os biscoitinhos  são a última opção. Talvez o segredo seja deixá-los bem alimentados”, conta o fotógrafo.

O dono dos cães e que virou personagem coadjuvante no ensaio conta como começou sua paixão pelos dogs. Ériko conta que com dois anos de formado e morando sozinho sentia falta de alguém o esperando em casa. Daí decidiu ter a companhia de animais. A primeira a conquistar o seu coração foi a Ghaia. Inicialmente ele procurou por raças pequenas. Mas, sem esperar apareceu uma husky siberiana. "Uma lobinha branca que me conquistou com seus olhinhos claros e um jeitinho carente. Não poderia ter escolhido melhor. Um espírito de paz que me acompanha”, revela o médico.

Depois de seis meses surgiu uma nova paixão arrebatadora. Um labrador. Ele foi batizado de Bingo. Chegou na casa do médico com quatro meses. "Me foi oferecido e meu coração mole, não resisti”, conta. E a família estava completa. Um espírito de paz. E o companheiro dos sonhos. Quase completa. Após três anos de convívio com Ghaia ele achou que era hora da maternidade. A busca pelo namorado foi iniciada e ele encontrou lá nas Minas Gerais.

Nasceram sete filhotes. Seis encontraram novos lares. Mas, um. Aquele, conquistou o coração de Ériko. Com olhos azuis lindos ele foi batizado com o nome de Tarú - céu no idioma Krenak. "Esse veio um indiozinho arredio. Desconfiado. Não se aproximava. Não aceitava carinhos como os outros. E sempre chorando”, contou o médico. O diagnóstico apontou que Taru tinha artrite genética. Foi neste momento que Ériko teve a certeza que Taru era pra ser dele mesmo.

"Agradeci muito por ele ter ficado em minhas mãos. Outros poderiam optar pela solução mais fácil quando diagnosticado como incurável, o sacrifício. Não existe essa palavra para mim. Medicações alternativas e convencionais foram usadas. E olha a mágica: ele esta de pé e 100% dos movimentos”, revela.

Ériko garante que faz de tudo pelo bem estar e conforto dos bichinhos. E acredita que toda esta dedicação o fez perder até mesmo a identidade dentro da própria casa. "Meus vizinhos muitas vezes não sabem o meu nome”. Mas sabem que é a casa dos cachorros bonitos. É onde moram a Ghaia, o Bingo e o Tarú. E um cara que cuida deles. Com muito amor!