O cineasta montanhense Ramon Luz exibe nesta segunda-feira (2), às 19 horas, no Cine Ritz Conceição, seu primeiro documentário, "Familiar Face”, com direito a debate após a sessão. Luz vive em Berlim desde 2017, quando ganhou uma bolsa internacional para desenvolvê-lo. Nesta sessão todos pagam meia-entrada. Ramon é formado em Comunicação Social por uma faculdade particular de Linhares e durante muitos anos morou e trabalhou no Município.
Seguindo contra sua vontade o plano secreto de seu pai, Habibti foge da guerra na Síria para a Alemanha em 2015. Emocionalmente abalado pela viagem e ameaçado no novo país por causa de sua identidade, ele é surpreendido pelos vários significados que a palavra "família” pode ter.
Essa é a narrativa de "Familiar Face”, que foi gravado entre julho e setembro de 2017, em Berlim, sob a direção de câmera de Harebell Suzuki, com captação de som de César Jório, Makis Asimakopoulos e Simon Peter, edição de Thiago Lula, concepção de Christian Ernst e design de Cainã Morellato e Alexandre Gadioli.
O apoio internacional veio da Fundação Alexander von Humboldt por meio do programa German Chancellor Fellowship, amadrinhado diretamente pela chanceler Angela Merkel, e da organização sem fins lucrativos alemã Zeitpfeil. Ramon Luz, que se formou e atuou por muitos anos em Linhares, é o primeiro capixaba a ganhar essa bolsa.
A sessão no Cine Ritz Conceição será a terceira parada de "Familiar Face” no Brasil, já que o filme fez sua estreia em solo brasileiro na cidade de Montanha, no último dia 18, em cinco sessões gratuitas no Teatro Municipal da cidade, onde nasceu e cresceu o diretor. Em Vitória, a sessão especial aconteceu na última quinta-feira (28), no Cine Metrópolis, com o apoio do grupo de pesquisa Cultura Audiovisual e Tecnologia (CAT), da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Filmando no Espírito Santo
"Familiar Face” não é a primeira incursão de Ramon Luz no mundo do documentário. Em 2016, buscando aprofundar a cobertura sobre o impacto do desastre de Mariana na foz do Rio Doce, ele gravou o web-doc "Doce Senhora do Rio”.
No vídeo de cerca de 3 minutos de duração, Dona Alda, matriarca que criou filhos, netos e bisnetos na vila de pescadores de Regência, conta como se sentiu e sente em relação à chegada dos rejeitos de minério à porta de sua casa.
A Associação Brasileira de Jornais (ANJ) e a Google Brasil premiaram o filme e Ramon teve a chance de participar de um workshop sobre produção de vídeo na sede do YouTube em São Paulo com tudo pago. O vídeo pode ser acessado na íntegra em: http://bit.ly/DoceSenhora
Fonte: Correio do Estado