Caso Bárbara: Delegado indicia três médicos. Médico se manifesta e diz que "está com a consciência tranquila"

O médico Fábio Furieri que foi indiciado por homicídio doloso não integra mais o quadro de médicos do HGL.

Caso Bárbara: Delegado indicia três médicos. Médico se manifesta e diz que "está com a consciência tranquila"
AtualizaçãoO médico Fábio Furieri, que é neurologista, em entrevista ao jornal Notícia Agora, explicou que deixou o plantão com a garantia de que outro médico o substituiria. "Eu estava trabalhando há 72 horas, e o meu plantão terminaria às 19h de domingo, dia 10. Eu saí às 18h40min porque estava exausto. Fiz um lanche na frente do hospital e depois fui direto pra casa. Mas antes de deixar o hospital, o diretor Márcio Coração me garantiu que outro médico chegaria para o plantão, mas isso não aconteceu. E, ao contrário do que disseram, nenhuma telefonista tentou me ligar. Se eu tivesse recebido alguma ligação, com certeza teria voltado para o hospital”.
 
Furieri criticou a falta de estrutura do HGL e afirmou que o local não dispõe de recursos para receber os pacientes. "Eu solicitei à Central de Vagas um leito adequado, e foi negado. Além disso, solicitei uma tomografia e um raio-x, e esses exames não foram agendados. Deixei tudo encaminhado para o outro médico, mas ele não apareceu. Estou com minha consciência tranquila”.
 
O Diretor do HGL, Márcio Coração, negou que tenha liberado o profissional antes do horário devido.

Delegado indicia três médicos - O Delegado Fabrício Lucindo indiciou o médico que atendeu Bárbara Coitinho por homicídio doloso – quando se assume o risco de matar - e mais dois médicos por omissão de socorro -, pela morte da menina, de 10 anos, ocorrida no último dia 10 de agosto no Hospital Geral de Linhares. As indiciações constam na conclusão do inquérito, que durou oito dias, e divulgado pela Polícia Civil na tarde desta terça-feira (19). Os nomes dos profissionais não constam no release enviado à imprensa pela PC, mas, de acordo com os familiares o nome do profissional que atendeu Bárbara é o médico Fábio Furieri, nome confirmado pela Prefeitura de Linhares.

O inquérito concluiu que o médico que atendeu a menina e deveria a estar acompanhando, abandonou o hospital, sem justificativa, sem informar aos colegas de sua saída e sem informar sobre a gravidade do caso. O inquérito aponta ainda que apesar de estar respondendo pela pediatria da emergência do HGL, o médico não era pediatra de formação. Ainda de acordo com Lucindo, após a saída do médico, os únicos profissionais que tentaram manter a criança viva foram os enfermeiros e técnicos de enfermagem da emergência. 

No momento de desespero, os enfermeiros pediram ajuda a outros dois médicos, que se recusaram a atender Bárbara, por não serem pediatras. O Inquérito foi encaminhado ao Ministério Publico e a Justiça. 
 
Mãe soube de condenações pelo Site de Linhares
 
A mãe de Bárbara, Laudinete Cotinho, soube da decisão pela reportagem do Site de Linhares. Ela disse que mesmo sabendo que a decisão não irá trazer Bárbara de volta ela começa a acreditar que justiça está sendo feita. "Acredito que a decisão vá impedir que outros casos como o da minha filha aconteçam”, disse. O pai da menina, Marcos Coitinho, não estava em casa no momento em que conversamos com Laudinete. Ela aguardaria a chegada do esposo para dar a notícia.
 
O que diz a Prefeitura de Linhares
 
A Secretaria Municipal de Saúde informa que o médico Fábio Poton Furieri não compõe o quadro médico do Hospital Geral de Linhares. A secretaria informa ainda que aguarda o comunicado oficial da Polícia Civil acerca das investigações. Mas, na época em que Bárbara foi atendida Fábio integrava o quadro de plantonistas do hospital.
 
A Prefeitura confirmou o desligamento do médico, mas, não informou em que período ele aconteceu.

Depoimentos

O médico prestou depoimento a Lucindo no dia 13 de agosto e explicou qual foi sua rotina do dia em que a menina morreu, falou sobre o período que permaneceu no plantão de final de semana e disse que a escala dele terminaria às 19 horas daquele dia.   Foram ouvidas mais de 14 pessoas e alguns exames foram requisitados. Segundo a polícia, entre as pessoas que prestaram depoimento esteve o secretário de Saúde do município, Arikerne Tonini, e o diretor Geral do HGL, Márcio Coração. Outros médicos e demais testemunhas compareceram à delegacia para contribuir com o caso.

Segundo a família, Bárbara Coitinho tinha problemas no coração e foi internada no hospital às 15 horas do dia 10.  Por volta das 20 horas, ela teve complicações, mas o médico que atendeu a criança não estava mais na unidade e a menina acabou morrendo. 







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