Câmara de Linhares vai gastar quase R$ 300 mil com combustível e ar condicionado

São 36 mil litros de gasolina comum para abastecer os 7 carros alugados; cada aparelho de ar condicionado está avaliado em R$ 2.745,00

Câmara de Linhares vai gastar quase R$ 300 mil com combustível e ar condicionado
O Diário Oficial do Espírito Santo divulgou nesta quarta-feira (15) o resultado da licitação que determina o fornecimento de gasolina comum aos veículos da Câmara Municipal de Linhares, além da empresa vencedora para a instalação de 56 aparelhos de ar condicionado nas dependências da Casa. A conta dos dois contratos é de R$ 272.190,00 aos cofres do legislativo.

Serão 36 mil litros de gasolina comum para abastecer os sete veículos alugados oficialmente pela Câmara. O valor total do contrato anual é de R$ 118.440,00. São 5.142 litros por ano para cada automóvel, o que representa 428 litros de combustível por mês. O valor de cada litro, na tabela da licitação, é de R$ 3,29.

A cota de combustível de 428 litros/mês representa, em média, 4.228km rodados. Se os sete automóveis fizerem este percurso mensalmente seriam 29.960km percorridos, o que corresponde a mais 20 viagens entre Linhares e Maceió, por exemplo.

Ar condicionado

Já o contrato para a instalação de aparelhos de ar condicionado vai custar R$ 153.750,00. São 56 equipamentos: 50 de 12 mil BTU’s; um de 24 mil BTU’s, e cinco de 60 mil BTU’s. Em média, cada ar condicionado está avaliado pela licitação em R$ 2.745,00. O contrato prevê a instalação dos aparelhos.

No site de compras das Casas Bahia, um aparelho de 12 mil BTU’s sai a R$ 999,90 o modelo mais barato e R$ 1.709,00, o mais caro. Já o de 24 mil BTU’s, no site da Ricardo Eletro custa mais barato que o cotado pela Câmara, R$ 2.699,00. O aparelho de 60 mil BTU’s custa em média, em lojas especializadas, R$ 4.697,45. 

Gasolina de Linhares é a mais barata do ES

O preço da gasolina em Linhares, que, de acordo com Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na última pesquisa, era o mais barato do Estado, baixou ainda mais. De R$ 2,89, segundo o Procon, o valor do litro do combustível já pode ser encontrado 10 centavos mais barato na cidade.
 
Com o valor do combustível abaixo dos R$ 3, Linhares segue na contramão dos demais municípios capixabas. O Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo do Estado do Espírito Santo (Sindipostos-ES) ressaltou que o mercado de combustíveis no Brasil é livre e que cada revendedor estabelece o seu preço de venda de acordo com seus custos e estratégias de mercado. Destacou, ainda, que o preço pode se alterar para cima e para baixo, independentemente de decisões de governo.

7 veículos por mais de R$ 160 mil

A Câmara Municipal de Linhares desembolsa mais de R$ 160 mil para o aluguel de 7 carros que são utilizados pela Mesa Diretora e setores administrativos. O contrato é de 12 meses e teve início no dia 6 de março deste ano. São cinco veículos Gol, um Voyage e um Corolla de uso exclusivo do Presidente Miltinho Colega. 

A locação de um veículo Gol – com as mesmas especificações dos locados: 1.6, quatro portas, ar condicionado, vidros elétricos e direção hidráulica custa por mês, em média, R$ 1,5 mil. Em um ano, o custo para o aluguel do veículo seria de R$ 18 mil, abaixo do contratado pela Câmara que é de R$ 22.857,14.

Veículos não possuem identificação

Os vereadores Amantino Pereira Paiva e Fabrício Lopes, do PMDB, e José Cardia (PSD) e Joel Celestrini (PRB), protocolaram na Câmara no dia 16 de março um projeto de lei que prevê a identificação dos veículos alugados. 

O Presidente Miltinho Colega ainda não fez a leitura do projeto de lei, que prevê o brasão oficial de Linhares ou da Câmara em conjunto com a frase "Uso Exclusivo em Serviço” em cada um dos veículos, além da fixação da mesma frase nas portas laterais e nas traseiras dos automóveis. 

O prazo para a adequação e identificação da frota é de 90 dias a partir da publicação da lei.

O que diz a Câmara

O Site de Linhares procurou a Câmara de Linhares para falar sobre o assunto, mas, a Assessoria de Imprensa do órgão não retornou à reportagem.





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