Joia do vôlei, do bairro São José, é desejado por grandes clubes brasileiros

"Alto, forte, técnico e com a idade ideal". É assim que a treinadora Kelley Bonicenha do time de vôlei da escola Emir de Macedo, de Linhares, classifica o potencial de Diego Henrique. Aos 17 anos, o capixaba tem sonhos e objetivos grandes. Filho de família humilde, Diego ficou conhecido após ser eleito melhor central da edição estadual dos Jogos Escolares. Agora, representando o Espírito Santo na etapa nacional, que acontece em João Pessoa (PB), os olhos de cinco clubes tradicionais expressam o desejo em contar com o talento do capixaba.

"Sei que o Minas Tênis Clube e o Cruzeiro querem que eu vá jogar lá no ano que vem. Existem conversas com times do Rio de Janeiro e de Santa Catarina também, mas não quero pensar nisso por agora. São coisas que vou deixar para pensar após o término dos Jogos Escolares. Meu pensamento é em sermos campeões aqui na Paraíba", comentou Diego.

Diego treina e joga para adquirir experiência. Com 1,95m de altura e uma personalidade de liderança entre os companheiros de grupo, ele chama a responsabilidade quando está dentro de quadra. Tudo isso para poder dar uma condição de vida melhor para a família. "Queria agradecer a minha treinadora por ela me ajudar em tudo, em fazer tudo por mim, me incentivar quando mais precisei. Se estou aqui é por causa dela. Quero virar atleta profissional porque vejo no vôlei a chance de dar uma vida melhor para os meus familiares. Não quero largar o vôlei nunca mais", afirmou.

 

A técnica a qual Diego se refere é Kelley Bonicenha, que trabalha voluntariamente no projeto. Além de treinadora, ela foi quem descobriu o talento de Diego e conta que o central está há três anos na equipe sendo o principal nome do elenco. "Ele tem uma qualidade grande e pode sim se tornar um grande jogador. Isso só depende da vontade dele. É dar um passo de cada vez, com calma e sem deixar a ansiedade atrapalhar. Ele veio jogar comigo em 2013 e de lá para cá melhorou como aluno e atleta".

Atual campeão dos Jogos Escolares do Espírito Santo, que aconteceu em julho, em Guarapari, o time da escola Emir de Macedo quer ir mais longe. Conseguir o lugar mais alto do pódio em João Pessoa não seria nada mal para um colégio que quase não tem apoio financeiro. "A gente joga por gostar mesmo do esporte e por querer mudar, mesmo que seja um pouco, o futuro desses jovens. Incentivo nós não temos e eu trabalho como voluntária. Independente disso, estamos felizes e confiantes em conseguir medalha", pontuou a técnica.

 

Para Diego, caso alguma negociação com outro clube seja consolidada, a saudade da cidade natal, dos amigos de equipe e do antigo time vai fazer falta. E ele promete administrar essa questão em prol do futuro dentro da modalidade. "No começo com certeza vou ficar sentido e morrendo de saudades, mas sei que isso será importante para mim. É por uma boa causa", concluiu o central.

Fonte: www.gazetaonline.com.br/esportes