Jogando vôlei no Catar, linharense Eykman Nunes quer voltar a vestir camisa da Seleção Brasileira

Eykman Nunes trocou o futebol pelo vôlei e há três anos vive no Catar. Capixaba fala das aventuras e dificuldade de jogar fora do país

Jogando vôlei no Catar, linharense Eykman Nunes quer voltar a vestir camisa da Seleção Brasileira
Já são oito anos longe de casa, no bairro Canivete, em Linhares, e quase três anos vivendo o desafio de jogar vôlei no Catar. O levantador Eykman Nunes passou por clubes como Álvares Cabral, Minas Tênis Clube, Medley/Campinas e hoje veste a camisa do Al Khor, ao lado de outros quatro brasileiros.

O jogador de 23 anos chegou ao Oriente Médio no fim de 2012 em sua primeira experiência de morar fora do Brasil. Foi contratado pelo Al Ahli e já no primeiro ano ficou em segundo lugar da liga nacional, além de chegar às semifinais da Prince Cup e da Emir Cup. O bom desempenho dentro de quadra contrastava com as dificuldades fora dela: outra língua, trânsito confuso, cultura e pessoas diferentes: em cada esquina uma mesquita e cinco orações por dia. 

"Com o passar do tempo fui me adaptando. Só no meu time esse ano somos em cinco brasileiros. O país praticamente não tem atleta local e, como ele é bom financeiramente pela economia baseada no gás e petróleo, tem condições de buscar e manter atletas estrangeiras dando uma boa qualidade de vida. O vôlei está em fase de crescimento e os clubes estão investimento mais".

As folgas não são aos sábados e domingos, como de costume. No Catar, é a sexta-feira, o dia de reza. Além dos treinos no Al Khor, Eykman também mantém o costume de sair para jantar, passear e ir ao culto com os colegas do Brasil. "Temos a oportunidade, mesmo em um país muçulmano, de estar adorando o nosso Deus e falar da palavra sem que eles sejam contra nós. Aqui foi onde Deus tem mais mudado minha vida, espiritual, pessoal e profissional".

Com experiência de seleção capixaba e seleção brasileira das categorias de base no currículo, o levantador vê no Catar a esperança de defender um país novamente. "Aqui estão inovando a seleção de vôlei, quem sabe uma porta pode estar se abrindo? O mercado no Brasil está muito inseguro e ao mesmo tempo fechado. Como ficamos fora não somos tão vistos como os jogadores do Brasil e que já têm experiência na seleção adulta".

Paixão dividida entre vôlei e futebol
 
Eykman Nunes conheceu o vôlei na escola do bairro onde morava, aos 11 anos. Naquela época, ainda jogava futebol e até disputava campeonatos. "Eu era volante. Cobrava bem falta e fazia alguns gols. Até hoje, quando volto para o Brasil, jogo aos domingos". No entanto, a rotina de sala de aula, quadra e campo começou a ficar puxada e o garoto decidiu dedicar-se 100% ao vôlei, como ponteiro.

Aos 14 anos, em 2005, fez um teste em um time em Marechal Floriano e passou. Foi lá que ele virou levantador, a pedido do técnico Gilson de Oliveira. "Não gostei da ideia e nunca me imaginei levantando, mas passei as férias treinando e deu certo", lembra.

Dois anos depois, quando já defendia a seleção capixaba juvenil em um Brasileiro na Paraíba, Eykman recebeu sua primeira convocação para a seleção brasileira infanto-juvenil. Ele fez testes, passou e acabou sendo vice-campeão sul-americano, em 2008, além de receber a premiação de melhor saque do campeonato. Em 2009, foi para o Mundial infanto-juvenil, também vestindo a amarelinha.

Eykman ainda teve a oportunidade de jogar a Super Liga pelo Álvares Cabral e Medley/Campinas, além de passagens pelo Minas Tênis Clube e Climed/Atibaia. 

Fonte: Gazeta Online | Fotos: Reprodução Facebook





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