Morte no apartamento: delegado afirma que vítima morreu durante fetiche

Pai e filho não quiseram falar com a imprensa

Morte no apartamento: delegado afirma que vítima morreu durante fetiche

04/09/2012 – 18h45 - Atualizado em – 04/09/2012 – 18h45

A morte da jovem Arielle Martins Pardinho, 21 anos, que teve o corpo encontrado nu e sobre uma cama, no quarto do apartamento 201 do Edifício Porto do Rio, na Avenida João Felipe Calmon, centro da cidade, movimentou a área frontal do Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) nesta terça-feira (4).

Pouco depois das 15 horas o universitário do curso de engenharia elétrica, Marcos Rogério Amorim dos Santos Júnior, 21 anos, se apresentou para prestar depoimento. Ele estava  com advogados, uma irmã, um tio e o pai, o policial rodoviário federal Marcos Rogério Amorim dos Santo, que já havia assumido ter ajudado o filho a deixar o local minutos após a tragédia.

Quase duas horas depois, o depoimento foi interrompido e o pai de Júnior saiu do prédio do Departamento e foi “cercado” pela imprensa na portaria, mas disse que não iria falar sobre o assunto e apenas resumiu que “foi uma fatalidade”. Em seguida apareceu o delegado Fabrício Lucindo Lima (foto), titular da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) e chefe do DPJ. Ele chamou os repórteres à sua sala e explicou que tanto o pai quanto o filho não iriam conversar com a imprensa sobre a morte da jovem.

Fabrício, em uma coletiva, foi bastante objetivo e disse que ainda continuaria a ouvir pai e filho, mas que já tinha uma explicação para o que teria acontecido dentro da casa do jovem. O casal, segundo o delegado, namorava há três meses, e gostava de se relacionar sexualmente com manuseios simulados de facas e arma de fogo. Algumas “transas”, de acordo com o delegado, aconteciam com janelas abertas para que vizinhos vissem a cena. O Site de Linhares questionou se algum vizinho teria confirmado a versão, e a resposta foi positiva.

O revólver que matou a jovem, conforme explicou o delegado, no entender de Júnior estava sem munição, para que nenhum acidente acontecesse durante o ato sexual. “Ele estava sentado, encostado na parede, e ela sobre ele, a arma estava com o cano dentro da boca da vítima e foi o namorado dela quem puxou o gatilho. O tiro acertou o céu da boca e saiu na parte de cima da cabeça da mulher”, disse Fabrício.

Além do revólver e munições encontradas no chão do quarto (confira nas fotos da galeria), foram apreendidos diversos vídeos pornográficos, preservativos e outros objetos. A arma, segundo o delegado, pertence a Júnior e ele não possui porte.

Assim que viu a namorada morta, Júnior, ainda segundo o delegado, ficou muito sujo de sangue e após colocar o corpo da vítima sobre a cama, ligou para o pai, que estava em um supermercado, no bairro Novo Horizonte.

O sangue encontrado no interfone, conforme explicou Fabrício, é da vítima e estava ali quando o namorado dela foi atender o pai que veio ao local para ajudá-lo. Durante o tempo que esteve ausente para sair do flagrante, o rapaz ficou em uma propriedade rural, na região de Córrego Farias. Foi encontrado sangue no carro do pai do jovem, que ficou apreendido quando este esteve procurando a Policia Civil para relatar o fato cerca de duas horas após o ocorrido.

Os envolvidos prestaram depoimento e foram liberados. Agora a Polícia Civil tem 30 dias para concluir o inquérito. Os crimes previstos são homicídio doloso ou culposo. O primeiro pode resultar em, no mínimo, 12 anos de prisão.

Foi coletado material para a realização de três tipos de exames na vítima, entre eles o toxicológico, mas o namorado dela afirmou que ambos não usavam nenhum tipo de droga.

O corpo de Arielle foi levado para velório na Capela Mortuária do Centro, na Rua da Conceição, e o sepultamento foi agendado para esta quarta-feira (5), no Cemitério São José.

 





COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA